MELBOURNE, AUSTRALIA - JANUARY 25: Madison Keys of the United States kisses the Daphne Akhurst Memorial Cup after the Women's Singles Trophy Presentation following the Women's Singles Final against Aryna Sabalenka during day 14 of the 2025 Australian Open at Melbourne Park on January 25, 2025 in Melbourne, Australia. Madison Keys após a final na Austrália: vitória esperada (Andy Cheung/Getty Images)
Editor de Casual e Especiais
Publicado em 26 de janeiro de 2025 às 08h35.
Última atualização em 26 de janeiro de 2025 às 08h41.
A americana Madison Keys escancarava o sorriso largo na coletiva de imprensa, com uma taça de champanhe Piper-Heidsieck na mão. Depois de 46 participações em torneios de tênis do Grand Slam, finalmente ela conquistava um título dos quatro maiores torneios do mundo. No sábado, 25 de janeiro, ela bateu a imbatível bielo-russa Aryna Sabalenka na final do Australian Open, por 6-2, 3-6 e 7-5.
Keys é dessas jogadoras que surgiram com muito barulho. Sua primeira partida profissional foi aos 14 anos, um mês e 17 dias. Aos 19 anos, chegou à sua primeira semifinal de Grand Slam, justamente na Austrália. Dois anos depois, chegou à final do US Open. De lá para cá, a jovem promissora ainda chegaria a outras seis semifinais de Grand Slam e venceria novos títulos de WTA. Mas nada mais do que isso.
Devido à sua longa carreira, ganhou o apelido de “mãe” no circuito. O sonhado título de Grand Slam nunca vinha. Keys passou então a ser mais uma eterna promessa que nunca vingou. Parte dessa percepção é pela excessiva cobrança se coloca em um Grand Slam.
E foi sobre isso que Madison falou na coletiva de imprensa: a preparação mental necessária para se lidar com expectativas e críticas, principalmente em tempos de predominância das redes sociais no debate público e como fonte de informação.
A pressão excessiva no circuito levou a americana Naomi Osaka a abandonar temporariamente o circuito e à quase aposentadoria da hoje número um do mundo Sabalenka. Antes disso, Keys já estava engajada no tema. Em 2017, ela participou de uma campanha da revista Tennis sobre o excesso de críticas no mundo virtual, contando as ameaças e xingamentos que vinha sofrendo.
A maior resposta ao agressivo ambiente onine veio agora, quando, aos 29 anos e na 14ª posição no ranking, Keys finalmente venceu um Grand Slam, justamente aquele que tem o apelido de Happy Slam. Mérito enorme, que mostra a adaptabilidade da jogadora em um esporte que tem mudado muito, com golpes cada vez mais fortes, em que a resistência física tem cada vez maior importância.
Para além da fundamental resposta contra o ódio na internet, a vitória de Keys reforça uma bem-vinda alternância no topo do esporte. O nível das top ten hoje é razoavelmente nivelado, com boas candidatas aos principais títulos do ano.
Sabalenka, Iga Swiatek, Coco Gauff, Jasmine Paolini, Qinwen Zheng, Jessica Pegula, entre outras, qualquer uma pode ser campeã de um torneio de WTA 1000 ou um Grand Slam. Inclusive Bia Haddad, que não começou bem o ano, mas já mostrou tênis para estar entre as melhores.
Já no masculino, nenhuma surpresa. A despeito do jogo plástico de Carlos Alcaraz e da incrível resiliência de Novak Djokovic, Jannick Sinner tem mostrado um nível de jogo e uma regularidade difíceis de comparar. O italiano, número um do mundo por longa margem, venceu em Melbourne seu terceiro título de Grand Slam, ao derrotar o alemão Alexander Zverev, segundo colocado no ranking da ATP, por 6-3, 7-6 e 6-3..