Johanesburgo - O atleta olímpico e paralímpico sul-africano Oscar Pistorius foi acusado formalmente nesta quinta-feira pelo assassinato de sua namorada, que levou quatro tiros na residência do velocista na cidade de Pretória.

A polícia confirmou a acusação em frente à casa de Pistorius e desmentiu os rumores de que o atleta, o primeiro biamputado a participar de uma edição de Jogos Olímpicos, tivesse confundido a namorada, a modelo Reeva Steenkamp, com um ladrão.

A brigadeiro Denise Beukes - citada pela agência de notícias sul-africana "Sapa" - mencionou "incidentes prévios" de violência doméstica na casa do atleta, e antecipou que a polícia é contra a possibilidade de liberdade sob fiança, medida que pode ser aplicada a Pistorius pelo Tribunal da Magistratura de Pretória, onde ele prestará declarações hoje.

Em entrevista à rede de TV local "eNCA", a porta-voz policial Katlego Mogale disse que a polícia interroga vizinhos que ouviram barulhos e discussões no dia anterior ao crime e no próprio momento do incidente.

Por sua vez, Beukes afirmou que os médicos legistas estão recolhendo mais provas do local do crime.

O pai do atleta, Henke Pistorius, disse à emissora estatal "SABC" que seu filho está "triste" com o ocorrido, e declarou não saber nada do que aconteceu na casa.

Segundo a "eNCA", os seguranças do condomínio onde Pistorius vive afirmaram que o lugar é seguro, e que não registraram um só incidente ou denúncia nos últimos quatro anos.

Pistorius fez história em Londres, no ano passado, ao se tornar o primeiro atleta com as duas pernas amputadas a participar de uma edição de Jogos Olímpicos. Na ocasião, ele se classificou para as semifinais da prova de 400 metros rasos.

Apelidado "Blade Runner" (em referência ao título original do filme de Ridley Scott, por ser um corredor -"runner"- e usar próteses com forma de lâmina - "blade"), o atleta, que é medalhista de ouro paralímpico, utiliza próteses de carbono nas duas pernas.