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Pistorius apresentou versões contraditórias, diz promotoria

Promotor acusou o velocista de ter mantido versões diferentes e contraditórias no julgamento do assassinato de sua namorada

O velocista paralímpico Oscar Pistorius: Pistorius confessou ter matado a tiros sua namorada (Getty Images)

O velocista paralímpico Oscar Pistorius: Pistorius confessou ter matado a tiros sua namorada (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 7 de agosto de 2014 às 10h01.

Pretória - O promotor Gerrie Nel acusou nesta quinta-feira o velocista paralímpico Oscar Pistorius de ter mantido duas versões diferentes e contraditórias no julgamento do assassinato de sua namorada, a modelo Reeva Steenkamp.

Na exposição de suas conclusões finais, Nel lembrou que, em um primeiro momento, em declaração jurada por escrito, Pistorius assegurou ter disparado contra a namorada através da porta do banheiro ao pensar que um ladrão tinha invadido sua residência.

Neste aspecto, o promotor destacou que as primeiras pessoas a chegarem ao local do crime declararam que o atleta disse ter matado sua namorada ao confundi-la com "um intruso", sendo que, ao testemunhar perante o Tribunal de Pretória, o atleta disse que nunca quis disparar e que foi vítima do pânico e de um acidente.

Nel considerou "irreconciliáveis" o que chamou de "as duas defesas" de Pistorius: a defesa própria e a ação involuntária.

O promotor, que alega que o velocista "desenhou" sua versão dos fatos, pediu à juíza Thokozile Masipa desprezar o testemunho de Pistorius, do qual ressaltou várias lacunas e contradições, além de ter qualificado como "vago" e "argumentativo".

Masipa pediu a Nel concluir hoje sua exposição das conclusões finais, de modo que amanhã seria a vez da defesa. Desta forma, o julgamento poderia ser dado como encerrado, enquanto o veredicto deverá sair em duas ou três semanas.

Pistorius, de 27 anos, confessou ter matado a tiros sua namorada - com 29 anos na ocasião - através da porta do banheiro de sua casa de Pretória, na madrugada do dia 14 de fevereiro de 2013.

O atleta, que se tornou o primeiro atleta com as pernas amputadas a participar de uma Olimpíada nos Jogos de Londres, assegura em sua defesa que disparou por medo, ao pensar que os ruídos vinham de um intruso que teria invadido sua casa.

Por sua parte, o promotor alega que Pistorius matou intencionalmente sua namorada após uma discussão que foi testemunhada por vários vizinhos, quase todos convocados pela acusação.

O julgamento do velocista, que começou no último dia 3 de março no Superior Tribunal de Pretória, foi retomado hoje após um mês de adiamento decretado pela juíza.

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