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Perto da Cidade do México, Malinalco atrai turistas com mescal

Cidade com cachoeiras, capelas coloniais e magníficas ruínas astecas é o lugar mais próximo da Cidade do México para provar o mescal onde ele é feito

Mezcal do restaurante La Casa de Valentina, em Malinalco: cidade fica a apenas duas hora de carro da capital (La Casa de Valentina/ Facebook/Divulgação)

Mezcal do restaurante La Casa de Valentina, em Malinalco: cidade fica a apenas duas hora de carro da capital (La Casa de Valentina/ Facebook/Divulgação)

Marília Almeida

Marília Almeida

Publicado em 26 de novembro de 2018 às 17h18.

Última atualização em 26 de novembro de 2018 às 17h19.

Se você parar no meio da praça central de Malinalco – uma praça pastoral rodeada de rochas vulcânicas ocultas entre florestas subtropicais floridas – é difícil imaginar que a Cidade do México, a maior metrópole do hemisfério, com cerca de 20 milhões de habitantes, esteja a apenas duas horas de viagem de carro.

Contudo, embora Malinalco seja um passeio de fim de semana popular entre os artistas e músicos da capital, suas enormes cachoeiras, capelas coloniais e magníficas ruínas astecas são pouco conhecidas para a maioria dos turistas estrangeiros.

Monastério de São Salvador, em Malinalco, no México

Monastério de São Salvador, em Malinalco, no México (DeAgostini)

Malinalco também é o lugar mais próximo da Cidade do México para provar o mescal onde ele é feito. Desde 1994, leis rigorosas (e polêmicas) determinam quem pode chamar seus destilados de agave legalmente de mescal, com base, em parte, na geografia. Embora os destilados de agave sejam produzidos em todo o México, há anos a denominação de origem controlada (DOC, na sigla em espanhol) para o mescal se limitou a apenas nove estados.

Em setembro, a DOC foi estendida para incluir 12 municípios no Estado do México, o mais populoso do país, todos eles concentrados ao redor de Malinalco. O reconhecimento formal começou colocar em evidência os produtores que fazem destilados de agave há gerações e agora podem rotulá-los legalmente como mescal após a certificação. Isto tem uma importância simbólica, como um reconhecimento formal do ofício de um produtor; mas, o que é mais importante, facilita a comercialização do produto.

Reconhecimento

Nos últimos anos, quando os vilarejos produtores de mescal ao redor de Malinalco iniciaram o longo processo de reconhecimento oficial da DOC, fornecedores da cidade começaram a estocar mescal local. Restaurantes como La Casa de Valentina e Los Placeres compram seu estoque de produtores da aldeia de Palmar, cujas famílias produzem o ano inteiro. A loja de presentes do Museo Vivo, um museu interativo de insetos e répteis nativos que é excelente para crianças, vende garrafinhas produzidas por uma família em El Zapote, um vilarejo que fica no cume de um morro.

A DOC, naturalmente, não vai resolver todos os problemas enfrentados pelos produtores de mescal da região. O processo de certificação é longo e caro, e a crescente demanda por mescal desencadeou uma grave escassez de agave que, por sua vez, elevou os preços da principal matéria-prima necessária para produzir o destilado. No entanto, para algumas das famílias produtoras da região, o reconhecimento de sua habilidade e de sua tradição gerou um maior orgulho por seu trabalho. Adolfo Nava, um guia turístico local, diz ter percebido um aumento significativo do interesse dos visitantes pelos mescais locais a partir de setembro.

Assim como seus pares em outros vilarejos pequenos que produzem mescal, muitos dos “mezcaleros” nos arredores de Malinalco produzem apenas esporadicamente, por isso é recomendável verificar com antecedência para ter certeza de que haverá alguém na região para recebê-lo. (Caso contrário, Nava e a equipe de sua empresa, a Maliemociones, se especializam em caminhadas e canoagem, uma maneira mais ativa de vivenciar a paisagem circundante.) Seja qual for a parte do processo que você conseguir ver, não há nada como beber mescal com as pessoas que o fabricaram, na terra que o produziu.

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