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Pela primeira vez um homem cruza a Antártica sozinho e a pé

Colin O'Brady, 33 anos, levou 54 dias para percorrer 1.600 km enquanto sua posição, definida por um GPS, era indicada em seu site na Internet

Antártica: outras pessoas realizaram a façanha, mas usaram veículos ou propulsores na travessia (Christian Aslund/ Greenpeace/Divulgação)

Antártica: outras pessoas realizaram a façanha, mas usaram veículos ou propulsores na travessia (Christian Aslund/ Greenpeace/Divulgação)

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AFP

Publicado em 26 de dezembro de 2018 às 21h35.

Última atualização em 27 de dezembro de 2018 às 08h34.

Um aventureiro americano atravessou a Antártica de norte a sul a pé e sozinho, tornando-se a primeira pessoa a realizar a façanha sem qualquer tipo de assistência.

Colin O'Brady, de 33 anos, demorou 54 dias para percorrer 1.600 km enquanto sua posição, definida por um GPS, era indicada diariamente em seu site na Internet, colinobrady.com.

O'Brady e o britânico Army Captain Louis Rudd, de 49 anos, saíram individualmente em 3 de novembro da geleira Union, na Antártica, para ver quem conseguia completar a façanha de cruzar a pé, só e sem ajuda o continente gelado.

Em 1996-97, um explorador norueguês, chamado Borge Ousland, atravessou pela primeira vez a Antártica sozinho, mas recebeu ajuda de terceiros, sendo impulsionado com velas ao longo de sua travessia.

O'Brady e Rudd, por sua vez, usaram trenós, chamados pulks, que pesam 180 quilos.

O'Brady chegou ao polo sul em 12 de dezembro, o 4º dia de sua travessia.

Nesta quarta-feira, chegou à meta, no ponto Ross Ice Shelf do Oceano Pacífico, após percorrer um total de 1.482 km.

Rudd o segue com um ou dois dias de distância.

O'Brady percorreu os últimos 125 km em 32 horas após decidir, enquanto tomava o café da manhã, fazer a última etapa de uma vez.

"Enquanto fervia a água para preparar meu café da manhã, uma pergunta aparentemente impossível surgiu na minha mente", escreveu O'Brady no Instagram.

"Me perguntei: seria possível fazer o caminho que me resta até a meta de uma só vez?"

"Enquanto amarrava as botas, o plano impossível tinha se tornado um objetivo consolidado", disse. "Vou fazer um esforço e tentar percorrer os quilômetros que me faltam de uma vez".

O jornal The New York Times descreveu o esforço de O'Brady como um dos "feitos mais notáveis da história polar", à altura da "corrida para conquistar o Polo Sul", do norueguês Roald Amundsen e do inglês Robert Falcon Scott em 1911.

Em 2016, um oficial do Exército inglês, o tenente-coronel Henry Worsley, tentou realizar a mesma proeza, mas morreu buscando terminar a travessia sem assistência.

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