McCartney se apresenta na Times Square: "New", seu primeiro disco com canções originais em seis anos, não decepciona (AFP)
Da Redação
Publicado em 11 de outubro de 2013 às 12h43.
Paris - Os vovôs do rock se recusam a envelhecer: depois de Bob Dylan e David Bowie, Paul McCartney lança oficialmente na próxima terça-feira - o álbum já vazou na internet - o primeiro disco de inéditas em seis anos, "New", no qual mistura estilos e épocas.
Ano passado, o ex-Beatle lançou "Kisses on the bottom", um disco "jazzy" em que recriava canções dos anos 20, 30 e 40.
Depois do álbum voltado para o passado, McCartney havia prometido que a produção seguinte olharia par o futuro. E "New", seu primeiro disco com canções originais em seis anos, não decepciona.
Há vários anos, a internet transformou a forma como os jovens artistas fazem música, misturando sem distinção suas próprias criações, gêneros e estilos diferentes.
Com "New", que será apresentado oficialmente em Londres, Paul McCartney faz o mesmo, mas com estilos que ele mesmo ajudou a criar.
Entre as 12 canções "New" há acenos aos Beatles, Wings e à carreira solo, mas em versões atualizadas e trabalhadas por quatro produtores.
"A ideia inicial era colaborar com produtores de quem aprecio o trabalho, para ver com qual me sairia melhor. Mas acabou que me dei bem com todos", revelou "Macca" à imprensa.
"Fizemos algo realmente diferente com cada produtor. Não tinha alternativa e terminei trabalhando com os quatro. Passamos bons momentos de maneiras diferentes", contou.
McCartney escolheu produtores de estilos radicalmente opostos.
Mark Ronson, o mais conhecido dos quatro, tem uma uma forte influência do soul e ganhou fama ao produzir "Back to black" de Amy Whinehouse.
Paul Epworth, um dos favoritos da cena pop inglesa, é o homem por trás dos trabalhos de Bloc Party, Florence and The Machine e do álbum "21" de Adele.
Mais voltado para o rock e o folk, Ethan Johns trabalhou com Kings of Leon, Joe Cocker e Ray Lamontagne.
O último deles, Giles Martin, que produziu metade do álbum, é nada menos que o filho do lendário produtor dos Beatles George Martin.
Assim o disco acaba sendo ouvido como uma playlist aleatória: o ouvinte não sabe bem o que esperar no início de uma canção.
"Appreciate" (Giles Martin), um longo tema psicodélico, electro e experimental, é o destaque do álbum.
A frágil e despojada "Hosanna" (Ethan Johns), a sutil "Queenie Eye" (Paul Epworth), assim como "Alligator" e "New" (ambas produzidas por Mark Ronson), com forte influência dos Beatles, também chamam a atenção.
Mas algumas músicas soam menos convincentes, com estilos diferentes que às vezes soam superficiais.
Em alguns (poucos) momentos a voz de McCartney revela os 71 anos de Sir Paul.
"É engraçado que quando coloco o álbum para tocar, as pessoas fiquem surpresas. Muitas canções são variadas e não necessariamente lembram o estilo que alguém identificaria comigo", disse.
"Realmente gostei de fazer o álbum. É fantástico ter a sorte de estar no estúdio com novas canções e produtores tão 'cool'. Nos divertimos muito", completou.
E ao ouvir o álbum, o fã do ex-Beatle vai concordar com o ídolo.