Paul McCartney: "Finalmente Paul veio falar uai", disse o músico lá pelos 20 minutos da apresentação em Belo Horizonte (Roberto Serra/Iguana/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 6 de maio de 2013 às 14h14.
Belo Horizonte - A voz mais fraca é indício dos 70 anos de Paul McCartney. O carisma do mito e a dimensão bíblica que suas canções tomam sobre o palco são a eternidade manifestada em forma de show.
Tal força ficou clara mais uma vez em solo brasileiro na noite de sábado (4), quando Sir Paul deu em Belo Horizonte o pontapé inicial de sua nova turnê Out There!, que ainda passa por Goiânia (hoje) e Fortaleza (quinta-feira), antes de partir para os EUA e para a Europa.
Com alguns uais e um sô, Paul levou Minas ao êxtase em show calcado tanto em música quanto no carinho que a maioria dos habitantes do planeta tem por sua pessoa. Paul sorri, faz pose, conversa em português atencioso. Os gestos são afáveis, sinceros e naturais como a música.
"Finalmente Paul veio falar uai", disse o músico lá pelos 20 minutos da apresentação, e o aro metálico que coroa o Mineirão quase derreteu.
Belo Horizonte estava em transe com a presença do ídolo. Uma campanha nas redes sociais pedia a Paul que falasse interjeições mineiras durante o show. Placas agradeciam a sua presença.
O segurança do hotel Ouro Minas mostrava orgulho do serviço. "Ele alugou o 25º andar inteiro, eu que estou cuidando do entra e sai", disse, sem esconder a satisfação. Nem mesmo a mídia local se conteve: "Bem vindo Paul. Você sabe o quanto esperamos por esta noite. Hoje vamos fazer assim: você diz uai e a gente diz hello, escreveu o Estado de Minas, resumindo a hospitalidade mineira.
E Paul não os desapontou, liderando por quase três horas mais uma de suas catarses em solo nacional. A novidade desta vez está no setlist, que inclui pérolas menos conhecidas dos Beatles e dos Wings.
Entre elas, Eight Days a Week, Being For The Benefit of Mr. Kite, Listen to What the Man Said e Lovely Rita. É um show mais soft, que guarda o peso para o final e nos dá a chance de assistir Paul em contextos menos grandiosos que Hey Jude ou Let it Be.
E durante estes momentos, quando faz um número acústico ou navega por um lado B de rock progressivo dos Wings, temos um prazer mundano em assisti-lo fazer música mais corriqueira e não menos brilhante.