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Patagônia para se desligar: as florestas do coração do Chile

Com paisagem pouco previsível, composta por florestas, montanhas e o típico gelo da região, a Patagônia de Aysén abre a temporada de verão

Vista da paisagem do Río Aysén, na Patagônia chilena (kavram/Thinkstock)

Vista da paisagem do Río Aysén, na Patagônia chilena (kavram/Thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 26 de novembro de 2014 às 10h17.

Coyhaique - Com uma paisagem pouco previsível, composta por florestas, montanhas e o típico gelo da região, a Patagônia de Aysén, no sul do Chile, abre a temporada de verão com essa encantadora natureza exclusiva de um caminho de 1.240 quilômetros percorrido pela turística Carretera Austral.

A Carretera Austral abre caminho para as belezas da parte norte da Patagônia, desde o distrito de Puerto Montt até Villa'Higgins, onde desertos, pinheiros e gelo se fundem em um ecossistema surpreendente, propício para a "desconexão " que muitos necessitam fazer do agitado mundo cotidiano urbano.

O município central da região, Coyhaique, é a primeira parada da rota que vai até o Parque Queulat, uma das áreas naturais menos alteradas do Chile e que abriga cascatas, rios e vegetação e esconde o "Bosque Encantado", o "tesouro verde" localizado em Aysén.

A floresta recebeu o nome de "encantada" por ser a entrada para uma rota de cerca de cinco horas repleta de líquens, musgos e vegetação rasteira, como os "coigüe", "tepas" e "nalcas", raras em clima frio, mas presentes nesta região patagônica.

A grande surpresa e atração do parque é a rota pela floresta que leva os turistas ao encontro com a "água mais pura do mundo", como disse à Agência Efe o guia turístico Claudio Morales.

A água e o gelo derretido formam a esverdeada Laguna Témpanos, ao pé da Cordilheira dos Andes, por onde a rota passa até chegar bem próxima da massa de gelo "Ventisqueiro Colgante.

De acordo com Morales, o parque recebe 20 mil visitas por ano e representa a história do "descobrimento turístico" do Chile, quando em 1875 o capitão inglês Enrique Simpson descobriu o pico nevado que continua hoje a ser a casa do condor, símbolo da natureza chilena e andina.

Morales destacou que o lugar guarda uma "magia exclusiva da região chilena", onde é possível explorar o turismo de aventura e montanhismo tanto no inverno como no verão, modalidades que cresceram nos últimos 15 anos.

Segundo o guia, a sensação de "atravessar internamente" a cordilheira andina atrai especialmente brasileiros, argentinos, americanos e alemães durante o verão, que vai de novembro a março.

Além dos vizinhos latino-americanos, os alemães estão presentes na região também porque colonizaram o pequeno povoado de Puyuhuapi, a 100 quilômetros do Parque Nacional, sendo possível poder ver traços germânicos na arquitetura das casas de madeira.

Essas raízes também estão na "Hopperdietzel", cerveja não filtrada, tradição das poucas famílias alemãs que vivem ali há 45 anos.

Os turistas também podem se deleitar com o salmão fresco, criado por pequenos produtores, e com o sabor exótico do calafate, a fruta roxa e de gosto intenso com a qual os nativos preparam o pisco, bebida tradicional do Chile.

Outro sabor regional que "condimenta" o passeio é o merken, um alinho moído e tostado que dá o aroma de todos os pratos da Patagônia chilena.

Entre as belezas naturais e sabores chilenos, a proposta turística de Puyuhuapi de "desconexão" é acompanhada pelas hospedagens da região.

A Puyuhuapi Lodge & Spa, único spa de luxo na região, recebe no máximo 60 pessoas.

O spa fica entre os fiordes austrais" - encontro das águas do rio com as do mar, rodeados por selvas autóctones, oferecendo um contato direto com termas naturais formadas por águas vulcânicas com uma temperatura que oscila entre 25 e 50 graus.

Todos os quartos do spa foram construídos com vista para a cordilheira andina, e parece realmente relaxante despertar com a "paisagem ao sul do silêncio", como disse a responsável comercial do espaço, Claudia Aguirre.

"Puyuhuapi é um segredo chileno que precisamos divulgar e mostrar para os turistas que vale a pena visitar, inclusive no inverno", comentou Aguirre, que define a vila como uma das "joias" chilenas por ter um certificado de desenvolvimento sustentável e o compromisso de integrar os 500 habitantes com os visitantes.

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