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Paraolímpicos invadem carnaval de Rio com samba inclusivo

Atletas paraolímpicos, pessoas com necessidades especiais e portadores de Síndrome de Down vão entrar na avenida para dar uma lição de esforço e solidariedade

Anualmente, ao menos 1,8 mil brasileiros com limitações físicas, auditiva, visual, paralisia cerebral e síndrome de Down, além de seus amigos e familiares, participam do desfile (Divulgação/Embaixada da Alegria)

Anualmente, ao menos 1,8 mil brasileiros com limitações físicas, auditiva, visual, paralisia cerebral e síndrome de Down, além de seus amigos e familiares, participam do desfile (Divulgação/Embaixada da Alegria)

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Da Redação

Publicado em 14 de fevereiro de 2012 às 10h30.

Rio de Janeiro - O espírito olímpico de superação e esforço vai invadir o sambódromo do Rio de Janeiro com o desfile de uma escola de samba que reúne atletas paraolímpicos, pessoas com necessidades especiais e portadores de Síndrome de Down.

Em um barracão do centro da cidade, a escola 'Embaixadores da Alegria' se prepara, como qualquer outra participante do carnaval, para mostrar na Avenida Marquês de Sapucaí que os problemas físicos não são uma limitação e dar, com isso, uma lição de esforço e solidariedade excepcional.

No dia 25 de fevereiro, a Embaixadores da Alegria abrirá o desfile das campeãs, data em que se apresentam as sete melhores escolas do grupo especial.

'Queremos mostrar como as pessoas com necessidades especiais são capazes de trabalhar e serem úteis para a sociedade', explicou o presidente da escola, Caio Leitão, à Agência Efe, que há 5 anos realiza o sonho de milhares de desfilar no carnaval.

Anualmente, ao menos 1,8 mil brasileiros com limitações físicas, auditiva, visual, paralisia cerebral e síndrome de Down, além de seus amigos e familiares, participam de um desfile que não é apenas uma festa, mas 'um trabalho de inclusão social e emocional através da arte e da cultura do carnaval', destacou Leitão.

Um grande carro alegórico prateado e com muitas cores, que em nada deixa a desejar aos das grandes escolas que contam com milhões de reais de orçamento por meio de subsídios e patrocínios, receberá os atletas paraolímpicos para o desfile no sambódromo.

'Estou nervoso, só tinha visto os desfiles pela televisão, nunca pude participar e ver tudo de tão de perto, é um momento mágico para mim', contou com orgulho a Efe Marcelo Cardoso dos Santos, nadador paraolímpico de 19 anos.


O atleta está feliz porque 'essa não é uma escola com mulatas perfeitas, mas de pessoas que se superam a cada dia e quer fazer do carnaval uma festa inclusiva, como toda a cidade deveria ser'.

Outro a cair no samba será o deficiente visual Felipe de Souza, de 25 anos, velocista nos 100 e 200 metros. Felipe participou das Paraolimpíadas de Pequim de 2008; dos Jogos Parapan-Americanos de Guadalajara, no México, em 2011; e ganhou medalha de prata e de bronze no Parapan do Rio de Janeiro em 2007. Para ele, desfilar 'é uma emoção imensa' e a escola está ajudando a mudar a imagem das pessoas com necessidades especiais no Brasil.

'A sociedade pensava que nós tínhamos de ficar só em casa, que não podíamos fazer nada, que não podemos caminhar pela rua porque caímos, mas as pessoas estão descobrindo que temos apenas uma limitação física e isso não é o fim da vida', explicou.

Alexandra Gomes, porta-bandeira da agremiação, tem osteogênese imperfeita, transtorno genético que afeta os ossos e é conhecido como a doença dos 'ossos de vidro', o que a deixa em uma cadeira de rodas.

A jovem declarou que esse será seu primeiro desfile no sambódromo. Há dois anos, ela já planejava desfilar, mas teve de esperar até agora porque estava recém-operada. 'A Embaixadores é minha paixão, não deixo meu posto por nada', confessou.

Fernanda Honorato, rainha da bateria da escola e conhecida por ser a primeira atriz e jornalista com síndrome de Down, demonstra 'orgulho' em participar do desfile com uma escola 'que é como uma família'. 

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