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Para Ford, futuro do carro tem mais relação com banco de dados que com mobilidade

Montadora tem o Command Center, uma plataforma pioneira criada pela engenharia brasileira para monitoramento da saúde dos veículos conectados da Ford América do Sul

Command Center: plataforma pioneira criada pela engenharia brasileira para monitoramento da saúde dos veículos. (Divulgação/Divulgação)

Command Center: plataforma pioneira criada pela engenharia brasileira para monitoramento da saúde dos veículos. (Divulgação/Divulgação)

Gilson Garrett Jr.
Gilson Garrett Jr.

Repórter de Lifestyle

Publicado em 19 de março de 2024 às 07h25.

No cenário em constante evolução da indústria automotiva, a Ford está delineando uma visão singular para o futuro dos veículos que vai além do simples deslocamento do ponto A para o ponto B. Em vez disso, a montadora aposta na ideia de que o futuro dos carros está intrinsecamente ligado ao vasto mundo dos bancos de dados, com tecnologia e conectividade crescendo cada vez mais dentro dos carros.

Nesta era de transformação digital, onde os dados são o novo petróleo, a Ford está explorando como a tecnologia pode transformar não apenas a maneira como dirigimos, mas também como interagimos com os veículos. Em recente entrevista à EXAME Casual, o presidente da Ford América do Sul, Daniel Justo, destacou que o plano da empresa é ter um DNA muito mais tecnológico que de mobilidade.

O brasileiro Luciano Driemeier, gerente global de novos negócios conectados da Ford, comanda um time que analisa milhões de dados e informações diariamente para prever falhas que carros da montadora possam ter. O grande "pulo do gato" em usar muita tecnologia e Inteligência Artificial é agir antes mesmo de que o consumidor tenha qualquer tipo de problema.

O Command Center é uma plataforma pioneira criada pela engenharia brasileira para monitoramento da saúde dos veículos conectados da Ford América do Sul. “Todos os dias, o Command Center lê, filtra e cruza 90 milhões de linhas de dados dos mais de 100 mil veículos conectados da Ford no Brasil e na Argentina, e entrega, em poucos cliques, respostas que levariam ao menos dois dias inteiros de trabalho, se feito manualmente”, diz.

Driemeier explica que esses milhares de carros conectados enviam as informações de uso diariamente ao dar a partida e ao desligar o motor. "Tudo conforme a legislação, e para os clientes que autorizam enviar essas informações", afirma.

E isso ajuda até a evitar acidentes. Quando há algum problema com um veículo, por exemplo, se ele for considerado crucial, um alerta acende dentro do Command Center que fará uma ligação telefone ao motorista, caso seja necessário.

Luciano Driemeier, gerente global de novos negócios conectados da Ford. (Divulgação/Divulgação)

Ford Enter

Com o foco de fomentar um mercado de trabalho que tem déficit de profissionais, a montadora criou o Ford Enter, um programa gratuito de capacitação na área de tecnologia, em parceria com o SENAI-SP, e voltado para pessoas em situação de vulnerabilidade social.

“Pesquisas apontam que haverá um déficit de 532 mil profissionais na área de tecnologia até 2025 no Brasil. Estamos preparando a nova geração dos profissionais que vão atuar nessa área. Se de um lado temos uma gama de oportunidades, do outro, há milhares de pessoas que não têm acesso a empregos de qualidade por falta de capacitação. Queremos servir de ponte entre essas realidades”, afirma Rogelio Golfarb, vice-presidente da Ford América do Sul.

No dia 7 de março foi a formatura da segunda turma do programa. Os alunos foram desafiados a criar ideias para melhorar a mobilidade nas grandes cidades com o uso da conectividade, em um Hackathon que premiou a melhor proposta. No total, o programa conta com 440 horas horas de curso e tem uma taxa de empregabilidade de 50% logo após o término das aulas.

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