O Palmeiras já está em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, desde a quinta, 3 (ANDRE PENNER/Getty Images)
Nesta terça-feira, 8, o Palmeiras estreia no Mundial de Clubes, realizado no Emirados Árabes Unidos. Para a partida contra o Ah-Ahly, o uniforme alviverde terá algumas mudanças. Em uma versão mais ‘’limpa’’, o clube paulista exibiu apenas o logo do patrocinador máster no modelo oficial, isso porque, para jogar o torneio, as agremiações se adaptam a uma série de exigências da Fifa, uma vez que a entidade só permite um local para exposição da logomarca (no peitoral, abaixo do escudo).
Em algumas ligas do futebol mundial, os organizadores também impõem recomendações na montagem dos uniformes de jogo. Na Premier League, por exemplo, apenas em 2016 os clubes foram autorizados a estampar propagandas na manga esquerda da vestimenta oficial. No futebol brasileiro, esse padrão não existe. Na Série A, por exemplo, o Fortaleza é o clube com o maior número de patrocínios, com 26 parceiros.
“O Fortaleza trabalha com uma equipe especializada para a captação de parceiros para o clube. O objetivo da instituição é vender ativos, não somente nos uniformes mas também as cotas digitais, ativações de produtos e placas de publicidade. Os resultados esportivos também fazem parte do processo, as marcas querem se conectar com instituições vencedoras”, afirma Marcelo Paz, mandatário do Leão.
Em 2019, o Flamengo passou por situação semelhante. Patrocinadora do clube naquela temporada, a Multimarcas, empresa especializada em consórcios, ocupava a barra traseira da camisa. Com as adaptações, a empresa ficou sem espaço para divulgação durante o Mundial. Fernando Lamounier, diretor de marketing da marca, ressalta que a exposição na camisa do uniforme é de extrema importância, mas as parcerias devem ser baseadas em ações fora das quatro linhas.
“A regra é conhecida dos clubes que disputam torneios organizados pela FIFA. Pela minha experiência, reconheço a importância da exposição no uniforme, mas o patrocínio não se resume a isso. Durante a relação, os envolvidos devem buscar ativações sem relação com o campo de jogo, oferecendo benefícios aos torcedores e fidelizando possíveis novos clientes. No Brasil, criamos consórcios especializados para Atlético-MG e Paysandu, alcançando garantias financeiras para o clube e para a empresa”, relata o executivo.
Nas principais divisões do futebol nacional, a Cartão de TODOS, empresa que oferece desconto em consultas médicas, investe em nove equipes brasileiras, mas ocupa a propriedade do uniforme de quatro agremiações. “Apoiamos clubes em quase todas as regiões do país. Para os objetivos traçados, essa nacionalização é importante para angariar novos clientes. Em alguns casos, optamos por não aparecer no uniforme, mas investimentos em produtos licenciados para serem comercializados com os torcedores. É uma forma diferente de investimento, mas que a longo prazo, pode ter um resultado tão efetivo quanto a propaganda no uniforme”, conta Fabrício Toth, diretor de esportes.