Papinhas: segundo criadores, a comida é mais saudável (iStock/Thinkstock)
Estadão Conteúdo
Publicado em 1 de novembro de 2017 às 11h41.
Paleta de cordeiro, aspargos, ragu com polenta, ingredientes orgânicos e selecionados. Pratos que poderiam estar em cardápios de restaurantes integram o menu de lojas especializadas em papinhas e comidinhas para crianças. Também conquistam cada vez mais pais que não sabem cozinhar ou não encontram tempo para preparar as refeições.
A consultora de recursos humanos Nathalia Sobral, de 30 anos, conheceu o tipo de serviço há três anos, quando começou a comprar algumas unidades para a filha mais velha. Agora, para a segunda filha, ela aumentou a quantidade e tem opções para, ao menos, cinco refeições por semana para Lílian, de 4 anos e meio, e Elisa, de 1 ano e três meses.
"Sempre quero ter algo no freezer. Hoje, na minha rotina, não consigo cozinhar tudo. Faço o básico: arroz, feijão, mas a mistura é o mais difícil. Minha prioridade é garantir alimento saudável para as minhas filhas. É uma opção que traz uma variedade de alimentos que não poderia proporcionar em casa."
As comidas fazem tanto sucesso que até Nathalia come de vez em quando. "Antes de começar a comprar, eu experimentei. Às vezes, quando não tem nada no freezer, coloco um para mim também. É uma comida que vem balanceada."
Cozinhar não é o forte da produtora Melissa Alpiste, de 33 anos. Mãe de Bento, de 2 anos e 10 meses, ela conta que ele começou a gostar de comer com 1 ano e meio. "Fiquei preocupada, porque a gente sabe que o leite materno é completo. Quando pesquisei, nem pensava muito nessa coisa de orgânico."
No início, ela só comprava para os fins de semana. "Durante a semana, pegava o cardápio (da loja) e buscava imitar, fazer uma receita parecida, mas não sou boa na cozinha. Agora, eu estoco, mas não compro para o mês inteiro."
Ela diz que o resultado também tem aparecido nas consultas do filho. "Toda vez que vou ao pediatra, está tudo bem. Ele está ganhando peso. Então, não é só praticidade, faz bem e não tem preço ver que ele está saudável por causa da alimentação, que é um remédio para a vida."
Chef da Gourmetzinho Comidinhas, Amilcar Azevedo resolveu abrir o negócio há três anos após fazer a introdução alimentar do primeiro filho e receber a sugestão de amigos. Embora trabalhe em dois restaurantes, ele diz que o processo de criação dos pratos passa por uma rigorosa análise de outros profissionais.
"A gente sempre segue a linha do que os pediatras recomendam. Contamos com uma equipe de consultores, pediatras e nutricionistas. Faço uma receita pensando no sabor e elas apontam se precisa de mais carboidratos ou proteínas até alcançarmos a recomendação nutricional."
Sócia da Papababa, Mariana Ozores Michalany diz que seus principais clientes são mães que querem oferecer uma alimentação balanceada e com ingredientes orgânicos, mas não têm tempo para procurar esses produtos.
"Não são todas as mães que arriscam na hora que estão cozinhando e na hora de comprar. Quanto mais variada a alimentação, além de acostumar e ampliar o paladar da criança, tem a variedade nutricional e de cores e sabores."
Nutricionista do Empório da Papinha, Gislaine Donelli explica que, além das opções oferecidas pela loja, existe a possibilidade de elaborar um cardápio levando em consideração as necessidades do bebê.
"Montamos o cardápio segundo a indicação do pediatra e a escolha dos produtos depende muito das necessidades do bebê. Caso o bebê esteja constipado, por exemplo, oferecemos produtos que contenham mais fibras."
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.