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Oscar de Julianne Moore impulsiona saga sobre Alzheimer

Quando Julianne Moore subiu ao palco para receber seu Oscar de melhor atriz, foi por um filme que poucas pessoas fora de Hollywood haviam visto. Até agora

Julianne Moore recebe o Oscar de melhor atriz por “Para Sempre Alice”  (Mike Blake/Reuters)

Julianne Moore recebe o Oscar de melhor atriz por “Para Sempre Alice” (Mike Blake/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 23 de fevereiro de 2015 às 19h18.

Los Angeles - Quando Julianne Moore subiu ao palco para receber seu Oscar de melhor atriz, foi por um filme que poucas pessoas fora de Hollywood haviam visto.

A atriz que tem o cabelo vermelho como marca registrada ganhou o prêmio da Academia por sua performance em “Para Sempre Alice” interpretando as dificuldades de uma mulher para lidar com o estágio inicial do mal de Alzheimer.

O filme coletou apenas US$ 8 milhões nas bilheterias norte-americanas, menos do que qualquer filme que tenha ganho um prêmio de melhor atriz desde que Jessica Lange ganhou por “Céu Azul” em 1995, segundo a Rentrak Corp.

A atriz de 54 anos usou seu discurso de recepção do prêmio para destacar a situação dos pacientes com Alzheimer.

“Tantas pessoas com essa doença se sentem isoladas e marginalizadas”, disse Moore. “E uma das coisas maravilhosas dos filmes é que eles nos fazem sentir vistos, e não sozinhos”.

Moore não apenas ganhou, ela era a mais favorita antes do evento realizado na noite de domingo. A forma como ela e a distribuidora Sony Pictures Classics chegaram lá, contra Reese Witherspoon, Rosamund Pike, Felicity Jones e Marion Cotillard, lança uma luz sobre as estratégias que os estúdios de cinema usam para identificar potenciais vencedores -- e lucrar com seu sucesso.

“Para Sempre Alice” é candidato a se beneficiar mais do que qualquer outro filme com sua vitória na noite do Oscar, segundo Paul Dergarabedian, analista sênior da Rentrak.

Jornadas do Oscar

A jornada até o Oscar começou em setembro, quando “Para Sempre Alice” foi exibido no Festival de Cinema de Toronto. Moore dá vida a Alice Howland, uma professora de Linguística com três filhos criados que começa a esquecer palavras e é diagnosticada com Alzheimer, início de uma dificuldade assustadora e dolorosa.

O desempenho dela imediatamente gerou a especulação na imprensa especializada de que o filme poderia valer um Oscar de melhor atriz para qualquer distribuidora que o pegasse. Foi exatamente isso que a Sony Pictures Classics fez.

“No minuto em que vimos o filme -- era a primeira exibição em Toronto --, nós literalmente sentimos que o filme tinha que ser nosso”, disse o copresidente da Sony Pictures Classics, Michael Barker, em uma entrevista. “Nós literalmente sentimos que Julianne Moore tinha chances no Oscar”.

Astros se alinham

Muitas coisas contribuíram com a escolha dos produtores. Como a Hollywood Reporter pontuou, o campo de melhor atriz, àquela altura, tinha apenas uma “candidata certa”: Witherspoon, que interpretou uma mulher em uma jornada de autodescoberta em “Livre”.

E os votantes do Oscar têm um histórico de reconhecer atores que aceitaram o desafio de interpretar personagens com deficiências mentais ou físicas, conforme evidenciado por filmes como “Filhos do Silêncio”, “Rain Man”, “Forrest Gump” e “Meu Pé Esquerdo”.

A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas também tem premiado atores que perderam por pouco no passado. Moore preenche o requisito, com quatro indicações sem vitória para melhor atriz ou atriz coadjuvante -- inclusive em 2003, quando foi finalista em ambas as categorias por “As Horas” e “Longe do Paraíso”.

O filme deste ano estreou em seis cidades americanas no dia 16 de janeiro, o dia seguinte ao da indicação de Moore ao Oscar, pulou para 12 salas, para 84 e, posteriormente, para mais de 500. No último fim de semana, o filme expandiu-se para mais 265 salas, atingindo 765 locais e somando US$ 2,2 milhões no total.

“Para Sempre Alice” recebeu 90 por cento de avaliações positivas dos críticos monitorados pelo Rottentomatoes.com. O filme custou estimados US$ 5 milhões para ser produzido, segundo a empresa de pesquisas Box Office Mojo. O valor não inclui custos de marketing ou o custo da campanha de marketing dos prêmios.

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