Casual

Os novos passos da Farm no mercado de calçados e acessórios

Para além da moda, a marca carioca agora levará as incensadas estampas para outras peças como sapatos, com a linha Farm Shoes

 (Farm/Divulgação)

(Farm/Divulgação)

Júlia Storch
Júlia Storch

Repórter de Casual

Publicado em 2 de julho de 2024 às 16h38.

Última atualização em 2 de julho de 2024 às 17h14.

Tudo sobreModa
Saiba mais

Estampas de bananas, araras e diferentes animais e plantas da fauna e flora nacionais aparecem em vestidos amplos, casacos, macacões e calças e são reconhecidos mesmo com a etiqueta da Farm estando para dentro das peças. Para além da moda, a marca carioca agora levará as incensadas estampas para outras peças como sapatos, com a linha Farm Shoes, a partir da fusão do Grupo Soma com a Arezzo&Co. “Nossa expectativa é que a Farm Shoes conquiste um espaço significativo no segmento de calçados, oferecendo produtos que tenham a nossa cara”, diz Marcello Bastos, cofundador da Farm.

Acessórios como garrafas, capas para celular, skate, bicicletas elétricas e mais de 250 itens devem integrar o novo projeto, chamado de Farm ETC, que terá lojas próprias no próximo ano. O projeto visa capitalizar o sucesso do programa “Me Leva”. “A ideia é criar um conceito de loja que complemente o estilo de vida Farm, oferecendo desde mochilas e garrafas até pranchas de surfe e bicicletas”, explica Marcello.

Em conversa com Casual EXAME, Bastos conta sobre estes e outros projetos, como a expansão da marca para a América Latina por meio da Farm Latam, que visa expandir a presença da marca nos países latinos e com a expectativa de faturamento que pode se igualar ao do mercado brasileiro nos próximos cinco anos.

O lançamento de Farm Shoes possui relação com fusão do Grupo Soma com a Arezzo&Co?

Sim, com certeza. Muito se fala em sinergia no grupo Azzas 2154. A expertise da Farm são as roupas; e da Arezzo, os calçados. Então, pelo fato de a gente não dominar a indústria de calçados, de alguma maneira não conseguimos traduzir aquele tipo de produto para o que precisamos. Várias tentativas já foram feitas, mas nunca na potência que a gente eventualmente espera.

Como será a produção dos calçados?

A Farm propõe em conjunto com a Arezzo, que pode ajudar muito na composição desse mix pela experiência industrial que eles têm. E é exatamente isso que aconteceu, temos a primeira coleção de atacado e estamos a pleno vapor. Esse é um projeto que deve demorar três anos para ficar redondo. Queremos passar autoridade nesse segmento. Quando você pensa em Farm não vêm à cabeça os calçados, mas, à medida que o tempo for passando, vamos acabar nos inserindo nesse mercado. A gente está encontrando a nossa verdadeira vocação.

Quais serão as linhas?

Pretendemos fazer os calçados com várias ocasiões de uso, porém, respeitando as propostas da Farm. A Farm nunca vai ter bota, por exemplo. Por enquanto temos 150 itens. O grande diferencial é a indústria Arezzo por trás.

A Farm possui uma linha de tênis e já fez colaborações com Adidas e Havaianas.

Sim, mas a colaboração com a Adidas tem outra dimensão, pois são peças colaborativas. Quando nos deparamos com a possibilidade de ter uma das maiores indústrias de calçados do mundo que é a Arezzo, começamos a pesquisar quais eram as possibilidades dessa sinergia de venda. O Alexandre [Birman] nos convidou para visitar a fábrica em Campo Bom (RS). A Katia [Bastos] chegou com a equipe e ficou chocada. As possibilidades são infinitas.

Em quais canais os calçados serão vendidos neste primeiro momento?

Escolhemos 40 lojas para terem esse produto dentro além do site.

Além de Farm Shoes há outros projetos, como Farm Praia e Farm ETC. Trata-se de uma extensão do programa Me Leva?

O Me Leva começou vendendo tênis e calçados e passou a integrar outros tipos de produtos, como acessórios, mochilas, garrafas. A partir do momento que começamos a trabalhar com esse tipo de produtos, explodimos no atacado. O projeto do Farm ETC é muito grandioso e pode virar uma Farm em seis anos. Essa nova marca terá todos esses 150 itens e mais lifestyle e roupas, chegando a 250 itens. Teremos uma flagship em Ipanema que será inaugurada em agosto do próximo ano, com um projeto de arquitetura completamente diferente da Farm. Serão 100 lojas em quatro anos. Fizemos dois testes, com duas pop-ups em Campinas e Belo Horizonte em novembro do ano passado, com o resto daquilo que tínhamos em estoque. E foi uma explosão de vendas. Estamos no caminho certo.

Qual é a projeção para a Farm ETC?

A partir de 2026 serão de 20 a 25 lojas por ano, com a inauguração de dez lojas em shoppings no próximo ano.

A expansão para a América Latina por meio da Farm Latam é uma grande aposta da marca. Por que escolheram a Colômbia para sediar a primeira flagship e quais são as expectativas para o mercado latino-americano nos próximos anos?

A Latam é uma expansão muito bacana, apesar de ser uma expansão internacional, é diferente do modelo da Farm Global. A Latam tem o mesmo calendário do Brasil e a mesma exigência mercadológica que o Brasil. Então faz todo o sentido o projeto Latam ter produtos fabricados 100% no Brasil. Essa é a beleza da expansão da Latam, porque a gente já tem mix de produtos prontos.

Quais serão os modelos de venda nos países latino-americanos?

No Chile podemos vender as peças por meio de um parceiro local. Já na Colômbia podemos operar sozinhos. Enfim, há uma gama de possibilidades. Na paralela estamos abrindo 20 lojas da Farm no Brasil por ano. Apesar de a Colômbia não ser o melhor mercado do ponto de vista de mercado endereçável, de potência, de venda, achamos que o país está exercendo uma influência muito grande na moda latino-americana. Escolhemos Bogotá para ter a flagship de entrada na América Latina.

Além destes projetos há ainda a Farm Praia.

Temos uma coleção de resort da Farm Global com 150 itens. Fizemos modificações nos modelos e colocamos no atacado nesse primeiro momento no Brasil. O que vimos como uma nova possibilidade de negócio. Vamos fazer a segunda, terceira, quarta coleção para ganhar entendimento, consistência e utilização de performance para depois, quem sabe, virar uma nova marca com lojas próprias.

Parece ser um momento muito bom para a Farm com criatividade, testes, um leque de oportunidades gigantesco.

Sim, e há outros tipos de negócio por enquanto não estamos nem vendo, que é um projeto de licenciamento de marca, para vender muitos produtos, até carro e eletrodomésticos, por exemplo. Mas sempre respeitando a autoridade para cada tipo de produto. Temos um ativo muito poderoso, que são as estampas.

Acompanhe tudo sobre:ModaRoupasFarmArezzoGrupo Soma

Mais de Casual

Novos cardápios, cartas de drinques e restaurantes para aproveitar o feriado em São Paulo

A Burberry tem um plano para reverter queda de vendas de 20%. Entenda

Bernard Arnault transfere o filho Alexandre para a divisão de vinhos e destilados do grupo LVMH

Panerai marca uma nova era com pulseiras metalizadas