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Os novos clássicos da LOUIE: sapatos feitos à mão com 123 etapas

O portfólio da marca, antes voltado apenas para os modelos sociais, agora conta com produtos despojados, como alpargatas e chinelos

Sob o mote “Clássico é clássico”, cada colação é construída de acordo com a temporada, com releitura de clássicos. (Hick Duarte/Divulgação)

Sob o mote “Clássico é clássico”, cada colação é construída de acordo com a temporada, com releitura de clássicos. (Hick Duarte/Divulgação)

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Julia Storch

Publicado em 7 de março de 2022 às 14h46.

Última atualização em 7 de março de 2022 às 15h05.

“Nosso principal diferencial da concorrência é fazer uma moda que ensina para os clientes”. É assim que Livia Ribeiro define o que a LOUIE, sua marca de sapatos masculinos e femininos, vem fazendo há dez anos, inserir no repertório dos consumidores os diferentes modelos de sapatos. Inicialmente focada apenas no mercado masculino, nos últimos cinco anos, a marca também adaptou alguns modelos para as mulheres.

Para a fundadora da marca, os sapatos têm características similares às roupas. Assim como cada modelo de roupa se ajusta melhor em um diferente tipo de corpo, o mesmo acontece com os sapatos e os pés de quem os calça.

Inspirada em modelos muito utilizados na Europa, como oxford, loafer, derby, brogue e monk, todos os sapatos da LOUIE são feitos de couro em Franca, interior de São Paulo. Porém, o portfólio da marca, antes voltado apenas para os modelos sociais, agora conta com produtos despojados, como alpargatas e chinelos.

“O brasileiro gosta de sapatos leves, já tínhamos feito esses modelos, que voltaram repaginados, como os chinelos coloridos com sola de eva”, comenta.

LOUIE, chinelos com sola de eva. (Louie/Divulgação)

Seguindo o mote da marca: “Clássico é clássico”, cada colação é construída de acordo com a temporada, com releitura de clássicos. No processo de fabricação o sapato passa por mais de 123 etapas, “cada sapato tem seu valor”, diz.

Sobre a diferença entre o público masculino e feminino, Ribeiro comenta que eles são mais fiéis às marcas e costumam comprar quando realmente necessitam o produto. Já as mulheres são mais consumistas e costumam comprar por impulso.

Sobre os modelos voltados para elas, a demanda veio, sobretudo, com as botas. “São modelos mais pesados, com sola de couro. Como a forma é diferente, pois a anatomia dos pés é diferente, adaptei uma releitura do masculino para o feminino”, comenta.

Com peças custando a partir de R$ 400, podendo custar até o dobro, Ribeiro vê a qualidade como um dos grandes diferenciais com a concorrência. “Fazemos uma curadoria muito forte dos produtos, e temos a credibilidade de estilo, voltado à moda”.

Outro diferencial está na venda. Antes mesmo do brasileiro estar familiarizado com compras online ou o Instagram como uma ferramenta de vendas, desde o início da LOUIE, em 2012, as compras são feitas através do e-commerce.

“O brasileiro ainda tem ressalvas em comprar online. Mas no começo era muito mais, as pessoas não acreditavam que receberiam os produtos”, comenta Ribeiro.

Com a pandemia, o impulsionamento dos e-commerces foi positivo para a marca, que já estava consolidada neste meio. Mesmo com queda nas vendas de sapatos sociais, a marca investiu nos chinelos de couro e se manteve com as vendas em alta.

Com novos e-commerces surgindo nos últimos dois anos, a concorrência aumentou, "vejo muito plágio e cópias por aí", comenta.

Livia Ribeiro, fundadora da LOUIE (Louie/Divulgação)

“Além disso, temos o fator ‘human to human’, queremos mostrar quem está por trás da marca, para passar essa confiança ao consumidor”, diz.

No Instagram, por exemplo, Ribeiro ainda responde algumas perguntas que chegam na caixa de mensagens. “Com o e-commerce incorporado no dia a dia, a LOUIE pôde chegar em diferentes lugares, ao contrário da loja física, que te trava na praça”.

Um dos clientes mais assíduos da marca possui 56 pares de sapatos, todos adquiridos no e-commerce. Tratando-se de pontos de venda, a marca pretende abrir um ponto de experiência ainda neste ano.

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