Martin Scorsese: "Tudo se resume a uma coisa só. Você está doido para contar essa história?", aconselha (Rolex/Matthew Brookes/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 5 de março de 2019 às 07h00.
Última atualização em 5 de março de 2019 às 07h00.
Um diálogo entre artistas de diferentes gerações, formações, culturas e nacionalidades, em que os dois lados aprendem. Esse é o princípio do programa Mentor & Protégé, da Rolex. Lançado em 2002, o programa filantrópico tem como base a tutoria individual durante um período de colaboração de pelo menos seis semanas ao longo de um ano, entre mestres de sete diferentes disciplinas artísticas e jovens promissores.
Abaixo, destacamos alguns conselhos aos iniciantes da sétima arte por parte de diretores vencedores de Oscar que fazem parte do programa. Quem quiser saber mais pode acessar o site da Rolex.
Martin Scorsese é uma lenda do cinema. Diretor, produtor e roteirista, tem mais de 50 filmes no currículo, produzidos ao longo de 50 anos. Muitos são clássicos, como Taxi Driver (1976), O Touro Indomável (1980) e tantos outros. O talento para contar histórias e a generosidade de Martin Scorsese inspiram cineastas e públicos ao redor do mundo. Tornou-se mentor do Programa Rolex de Mestres e Discípulos em 2008.
Seu conselho: “Agora que a tecnologia chegou a tal ponto que qualquer um pode fazer um filme, e há tantas escolhas possíveis, tudo se resume a uma coisa só: você está doido para contar essa história? Essa centelha tem que estar dentro de você, e é algo que ninguém pode colocar lá a não ser você”.
Kathryn Bigelow é a primeira e única mulher a conquistar um Oscar de Melhor Direção. Também desempenha os papeis de produtora e roteirista de muitos de seus filmes. A política é um tema dominante em suas produções. Com o filme Guerra ao Terror (2008), venceu o Oscar de Melhor Direção e Melhor Filme. Com A Hora Mais Escura (2012), recebeu a indicação de Melhor Filme. Seu filme mais recente, Detroit, de 2017, trata dos distúrbios raciais na cidade americana em 1967.
Seu conselho: “Como conselho para os jovens cineastas, eu diria que se esforcem, que estejam preparados para serem desafiados, e que a arte tem que importar. Eu os encorajaria a contar suas histórias, a cuidarem profundamente de suas histórias, e a não fazerem concessões”.
James Cameron é bacharel em Física e explorador submarino nas horas vagas. Não à toa, muitos de seus filmes se passam em outras dimensões. Alien (1986), um clássico da ficção científica, teve sua direção. Titanic (1997), o primeiro filme a ter um custo maior do que 200 milhões de dólares, e Avatar (2009), duas de suas produções mais consagradas, são também as maiores bilheterias da história do cinema.
Seu conselho: “Estou sempre procurando um meio de melhorar um filme, de ampliar a maneira como ele ressoa nos corações e nas mentes das pessoas... Não existe perfeição. Eu acho que, se todos os envolvidos no filme acordam de manhã e dizem: ‘Vou tentar e vou fazer tudo um pouquinho melhor, talvez melhor do que eu fiz antes’, então você vai levar para a tela algo de que você se orgulha, porque vai durar para sempre”.
Vencedor de dois Oscars consecutivos, como Melhor Direção (Birdman em 2015, O Regresso em 2016), Alejandro G. Iñárritu é conhecido por sua investigação acerca da condição humana, muitas vezes em situações extremas. Para o programa de mentoria da Rolex, ele convidou seu pupilo, o jovem Tom Shoval, a acompanhar as filmagens de O Regresso. Sorte dele.
Seu conselho é, na verdade, uma reverência à importância e à profundidade do cinema. Para ele, uma obra de arte se torna perene pela maneira como as pessoas a percebem: “Ela é alterada por todas as pessoas que a veem, impactando cada uma delas de uma forma diferente” .