São Paulo – “Começa com você”. A frase, tradução do inglês de “Start with you”, slogan do SWU Music & Arts Festival, foi também a principal mensagem do músico Neil Young, neste sábado. Principal atração do II Fórum Global de Sustentabilidade, que começa hoje e vai até 14 de novembro, em Paulínia, no interior de São Paulo, o roqueiro falou sobre a importância de assumir a responsabilidade de cuidar do meio ambiente.

“Ser sustentável parece meio chato, mas é mais do que isso. É ser um guerreiro pelo planeta”, diz. Além de palestrar sobre sustentabilidade em pleno dia de seu aniversário de 66 anos, a ação mais recente de Neil Young nessa batalha foi transformar seu carro em um modelo elétrico. O Lincoln Continental 1959, que antes gastava quase um litro de combustível para cada quilômetro rodado, agora só anda com energia elétrica e biocombustível, e gasta cerca de um décimo do que antes.

Depois da reforma, ele fez o documentário “Get Around”, que será exibido ainda hoje no Fórum. O filme mostra uma viagem de Young no LincVolt, como seu carro foi chamado, pela Texas Highway, entre La Grange e Austin, enquanto canta suas músicas e mostra como vale a pena embarcar nesse tipo de projeto.

Mas Young não exige que as pessoas façam como ele. Pelo contrário. Em sua palestra, deixou claro que, como toda sua geração, aprendeu a fazer coisas que prejudicam o meio ambiente sem se dar conta disso. “Quando eu era jovem, não sabia da minha responsabilidade. Eu sou velho e cheio de maus hábitos. Não me ouçam, não ouçam seus pais. Ouçam a si mesmos, seu espírito interior, que diz que você é parte da Terra e deve cuidar da sua mãe”, afirma.

Apesar de reconhecer que não é exatamente um exemplo de pessoa ecologicamente correta, o músico deu uma dica prática e sustentável para o dia-a-dia, que ele tenta sempre fazer, mas não foi treinado para isso. Sempre que for ao supermercado, segundo ele, o melhor é dar preferência a produtos com ingredientes naturais, sem componentes químicos, e de produção local. E isso não tem nada a ver com bairrismo.

“Produtos feitos no Chile ou nos Estados Unidos, por exemplo, demoram muito mais, gastam muito mais combustível e poluem muito mais até chegar a você. Esse tipo de produto que não é feito nas comunidades mais próximas deve ser considerado um tipo de luxo, que você só compra de vez em quando”, diz.

Essa preocupação também deve existir nas pequenas coisas do dia, como pensar duas vezes antes de esquentar um café no forno micro-ondas ou fechar a torneira enquanto faz a barba. “É preciso cuidar do planeta para que o planeta cuide de você”.