Escort XR3 conversível: sinônimo de velocidade e estilo (Divulgação/Divulgação)
Daniel Salles
Publicado em 11 de janeiro de 2021 às 18h56.
Última atualização em 15 de janeiro de 2021 às 10h06.
É um baque para a economia em geral e para a indústria automotiva em particular: na tarde de hoje (11), a Ford anunciou que vai encerrar toda sua operação fabril no Brasil. Serão fechadas as fábricas de Camaçari, na Bahia, e a de Taubaté, no interior de São Paulo, além da unidade da Troller em Horizonte, no Ceará. Com isso, o mercado brasileiro passará a ser abastecido com os modelos produzidos nas plantas da Argentina, do Uruguai e de outros países. É o fim de uma história iniciada por aqui em 1919, no bairro da Mooca, na capital paulista. Relembre os modelos da Ford que marcaram época no Brasil nas últimas décadas.
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Corcel II
O Corcel II foi a grande novidade em 1978. Mal chegou e se tornou rapidamente um grande sucesso de vendas, com o recorde de 100 mil unidades nos dez primeiros meses de lançamento. Além de visual moderno e conforto, ele trazia vários avanços da engenharia automotiva internacional. O problema era o desempenho, superior só na versão GT.
Escort
Aos olhos de hoje, o Ford Escort, que a montadora produziu no Brasil entre 1983 e 2004, pode parecer tão antiquado como uma carroça. Mas nos anos 1980 era tudo que a turma recém-habilitada queria. Retilíneo como uma caixa de sapato, era sinônimo de velocidade e estilo – em especial a versão XR3, com direito a defletor no porta-mala, teto solar e bancos esportivos. Não à toa, a versão conversível do veículo chegou a ter como garoto-propaganda ninguém menos que Ayrton Senna. Já na Inglaterra quem volta e meia se deixava fotografar ao volante de um Escort era a princesa Diana. Com duas versões mal-ajambradas, o Escort Zetec e uma perua, o veículo pouco a pouco perdeu seu encanto. Quem tomou seu lugar foi o Ford Focus.
Belina
Quem já andou numa Belina nunca esquece da experiência (basicamente porque é um nome impossível de esquecer). Da mesma família do Del Rey, a perua foi produzida por aqui até 1991. Era sinônimo de luxo graças a novidades que poucos carros então exibiam, como travas e vidros elétricos e console de teto com relógio digital (falamos de uma época, veja bem, na qual até o Chevrolet Monza era exemplo de modernidade). Num período no qual as SUVs ainda não dominavam as ruas, a Belina era um dos principais sonhos de consumo de casais com filhos pequenos.
Pampa
Ao lado da robusta Ford Ranger, a caminhonete na qual a montadora aposta hoje em dia, a extinta Pampa parece tão frágil como uma lata de refrigerante. A franzina caminhonete passou a ser produzida no Brasil em 1982 – foi apresentada no Salão do Automóvel daquele ano – para concorrer com a picape da Fiorino, da Fiat, hoje também uma peça de museu. Pertencente a uma época na qual os carros tinham afogador (convém dar um Google), a Pampa ganhou versões com mordomias como vidros e travas elétricas e ar-quente (ar-condicionado era uma raridade). Seu principal atrativo, no entanto, era a grande caçamba, ideal para transportar de vasos de plantas a geladeira e fogão. A produção do veículo chegou ao fim em 1997.
Ka
Hoje todo mundo está habituado aos carros compactos. Em 1996, porém, quando a Ford apresentou a primeira versão do KA o espanto não foi pouco. Muita gente torceu o nariz para o formato arredondado e exíguo do modelo de número um, lançado como um veículo de entrada. Com o passar dos anos, porém, o carrinho foi aumentando de tamanho e ganhando novo layout – a ponto de o KA atual, que é produzido desde 2013 e hoje não sai por menos de 51 mil reais, quase não se assemelhar à versão inicial.
EcoSport
Se hoje os SUVs são os queridinhos da indústria automotiva é porque veículos como a EcoSport já são velhos conhecidos das estradas brasileiras. O modelo foi apresentado pela Ford em 2003. Nasceu ostentando linhas retas e uma marca registrada, o pneu do estepe grudado na porta traseira. Com o passar dos anos o modelo foi reestilizado diversas vezes até adquirir a robusta feição atual, similar à de dois outros modelos da montadora, o Territory e o Novo Edge.