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ONG brasileira apela em jornal britânico para que Banksy pinte seu muro

Organização Instituto Projeto Sonhar, atende crianças em situação de risco e violência no Capão Redondo e quer que artista pinte os muros de sua sede

"Banksy, tem um muro para você", diz a carta da ONG (Matt Cardy/Getty Images)

"Banksy, tem um muro para você", diz a carta da ONG (Matt Cardy/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 6 de março de 2019 às 19h31.

São Paulo — Um pedido inusitado apareceu na edição desta quarta-feira, 6, do jornal britânico Metro, de distribuição gratuita nas estações de transporte público de Londres. A Organização Não Governamental (ONG) brasileira Instituto Projeto Sonhar, que atende crianças em situação de risco e violência no Capão Redondo, região de São Paulo, pediu, por meio de um anúncio de quase meia página no tabloide, para que o polêmico artista britânico Banksy pintasse os muros de sua sede. Uma foto com a potencial "tela", ainda em cinza do concreto, acompanha a solicitação.

Banksy é o pseudônimo do pintor de grafites conhecido por seus trabalhos em estêncil em pontes, muros e ruas de várias cidades do mundo, mas principalmente das inglesas Bristol e Londres. Ele também é ativista político, com forte apelo social. Especula-se que a identidade do autor seja de Robin Gunningham, nascido em Bristol. Há, no entanto, quem afirme que ele é escocês. Um de seus trabalhos mais famosos, que mostra uma menina com um balão vermelho em forma de coração, de 2006, foi reproduzido e leiloado em outubro do ano passado. Logo após a obra ser arrematada por um milhão de libras, deslizou para fora da moldura e foi picotada em tiras, sendo autodestruída.

A carta ao artista no jornal diz que todos sabem que ele pinta muros em todo o mundo e, em letras garrafais, apela: "Banksy, tem um muro para você". O texto continua dizendo que é de conhecimento geral que nem todos os proprietários dos muros escolhidos pelo pintor ficam felizes com a quantidade de pessoas que suas pinturas atraem. Como se estivesse sublinhado com uma caneta esferográfica, o apelo no jornal segue: "nós amaríamos ter essa atenção. Nós precisamos dela".

Alex Sandro de Lima, fundador e coordenador do Instituto Sonhar, afirmou ao Estado que a ideia é justamente atrair olhares para o projeto. "A gente a mobilização que o Bansky traz. Onde passa é divulgado, vira uma comoção que atrai todos os públicos." Mesmo sem uma resposta do grafiteiro, o anúncio já deu algum retorno: a ONG recebeu diversas manifestações de apoio em suas redes sociais, além de doações no site do instituto.

O pedido prossegue explicando que se trata de uma ONG pequena do Brasil que cuida de crianças vulneráveis e jovens expostos a riscos sociais e pessoais, e que tiveram seus direitos violados seja pelas suas famílias, sociedade ou Estado. "Sim, é tão duro quanto realmente parece, e eles precisam de toda ajuda que puderem ter", justificou, acrescentando que é por este motivo que a ONG necessita atenção. A atenção, conforme a carta, se reflete em doações e doações podem fazer a atividade da Organização mais fácil. "É por isso que queremos doar todos os nossos muros para você. Nós adoraríamos isso."

Mais uma vez simulando um grifo posterior ao texto impresso, a solicitação continua: "Por favor, venha, pinte-os e ajude a pessoas a nos conhecer. Estaremos esperando." Em seguida, é colocado o endereço do Instituto, localizado na Rua Joaquim Braga, 32, no Capão Redondo, em São Paulo, no Brasil. Ao final, outro pedido: "PS- Se você não é Banksy, mas também quer nos ajudar, faça suas doações para projetosonhar.org/como-apoiar."

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