REVEILLON: festa antecipada terá arrecadação para instituições beneficentes (Flashpop/Getty Images)
EXAME Hoje
Publicado em 3 de julho de 2020 às 06h44.
Última atualização em 3 de julho de 2020 às 12h09.
Ainda distante, o réveillon parece estar a salvo da pandemia (toc, toc, toc). Mas os destinos brasileiros que ganharam fama por sediar as festas de ano-novo mais badaladas do país estão penando na mão do novo coronavírus. É o caso de Caraíva, Boipeba, Maraú e Trancoso, na Bahia, e de Alter do Chão, no Pará. São regiões extremamente dependentes dos turistas, que, por razões óbvias, desapareceram e não devem voltar de uma hora para outra.
Para ajudá-las, os organizadores de cinco festas de réveillon disputadas — Taípe, de Trancoso, Vai Tapajós, de Alter do Chão, Mareh, de Boipeba, AWÊ, de Caraíva, e Xama, de Maraú — promovem o festival Todos por 1. Um festival online, é bom frisar, que ocorre de hoje (3) até domingo (5). Serão, ao todo, 20 horas de programação, com início às 17h desta tarde. A trilha sonora está a cargo de DJs conhecidos da turma que frequenta as festas dos organizadores, como Marky, Tata Ogan, Gop Tun, Barbara Boeing e Nepal, além de Mariana Aydar, entre outras atrações.
A transmissão será feita por meio do Twitch e os ingressos estão à venda na plataforma Ingresse. Custam de 50 a 200 reais (os compradores de São Paulo que desembolsarem 100 reais vão receber em casa, daqui quinze dias, um pack com 12 cervejas do patrocinador; a partir de 150 reais são 24 unidades). O montante arrecadado será repassado, em partes iguais, para instituições beneficentes dos cinco destinos citados. São elas: Alimente Trancoso, Associação dos Catraieiros da Vila de Alter do Chão, Associação das Mulheres de Boipeba, Projeto Ninguém Passa Fome/Aldeias Produtivas Caraíva e Associação dos Proprietários e Parceiros de Algodões (APPA).
O festival dá uma pista de como o setor de festas pretende se reinventar em tempos de covid-19. Sem uma vacina aprovada (e disseminada) a ideia de espremer um monte de gente numa pista para sacolejar por horas soa apocalíptica. Daí o surgimento das chamadas zoom parties. São festas com cobrança de ingresso nas quais os frequentadores, todos produzidos com apuro, sacolejam e se divertem por horas, mas com cada um na sua casa.
Promovida do último sábado (27), a festa Pucci I'm Back exemplifica até onde a ideia pode ir. Foram 8 horas de música, das 16h às 22h, a cargo de quatro Djs, com transmissão via Zoom. Tipos de ingresso? Três. O gratuito permitiu acompanhar a festança e acessar o chat, para interagir com os demais participantes.
Para ter acesso ao que se chamou de área VIP foi preciso desembolsar no mínimo 369 reais. Quem optou por este tipo de ingresso recebeu em casa quatro kits de bebidas e um globo de luz. Impressionado? Espere para descobrir o que o ingresso ao “camarote” contemplou, além do globo: instalação em casa de um sistema de som e iluminação profissional com direto a sinal de vídeo e áudio digital e bebidas para quatro pessoas. Preço: de 1.500 a 2.099 reais, dependendo do equipamento. Chegamos à era da balada-delivery.