Leonardo Di Caprio no filme "O Regresso": a produção venceu na categoria principal da cerimônia, a de melhor filme de drama (Reprodução)
Da Redação
Publicado em 11 de janeiro de 2016 às 06h05.
Los Angeles - "O Regresso", do mexicano Alejandro González Iñárritu, foi o grande vencedor da 73ª edição dos Globos de Ouro com três prêmios (melhor filme de drama, melhor diretor e melhor ator) que confirmam sua condição de favorito para as indicações ao Oscar da próximo quinta-feira.
"O Regresso" venceu na categoria principal da cerimônia, a de melhor filme de drama, "Spotlight - Segredos Revelados", "Carol", "Mad Max: Estrada da Fúria" e "O Quarto de Jack", e Iñárritu fez história ao conseguir seu primeiro Globo de Ouro na categoria de melhor diretor após seus indicações prévias por "Babel" e "Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)".
"Todos sabemos que a dor é temporária, mas um filme é para sempre, portanto... que importa?", disse o cineasta sobre as duríssimas condições climatológicas que a equipe do filme enfrentou durante a rodagem.
Iñárritu também teve palavras de elogio para o protagonista do filme, Leonardo DiCaprio. "Leo, você o cara. Trabalhar com você foi a melhor experiência da minha vida", disse.
DiCaprio levou seu terceiro Globo de Ouro em sua 11ª indicação e venceu como melhor ator Bryan Cranston ("Trumbo: Lista Negra"), Michael Fassbender ("Steve Jobs"), Eddie Redmayne ("A Garota Dinamarquesa") e Will Smith ("Um Homem Entre Gigantes").
"Quero compartilhar este prêmio com os primeiros habitantes representados neste filme e com as comunidades indígenas de todo o mundo", disse DiCaprio em seu solene discurso.
"O Regresso", baseado em fatos reais, narra a história de Hugh Glass (DiCaprio), um reconhecido explorador que foi atacado por um urso e abandonado por seus companheiros de expedição, mas cujo desejo de vingança o leva a sobreviver e realizar uma odisseia de centenas de quilômetros para encontrar quem o traiu.
"Carol", o melodrama clássico de Todd Haynes baseado no romance homônimo de Patricia Highsmith, era favorito graças a suas seis indicações, mas foi para casa sem prêmios, da mesma forma que o filme de investigação jornalística "Spotlight", que contava com três indicações.
Brie Larsson ("O Quarto de Jack") venceu como melhor atriz as demais candidatas: Cate Blanchett ("Carol"), Rooney Mara ("Carol"), Saoirse Ronan ("Brooklyn") e Alicia Vikander ("A Garota Dinamarquesa").
Em comédia ou musical, "Perdido em Marte" ficou com o prêmio de melhor filme. Um orgulhoso Ridley Scott subiu ao palco para receber o troféu e não duvidou em fazer uma pequena crítica a quem decidiu (tanto o estúdio Fox como a organização) que seu filme competisse nessa categoria.
"Comédia? Não sei, mas estou muito agradecido. Pensei que me dariam a prêmio póstumo!", comentou o diretor de 78 anos ao receber o primeiro Globo de Ouro de sua carreira.
"Vou continuar faminto e devolvendo todas as bolas que me mandarem", confessou Scott, que no final de seu discurso se lembrou de seu irmão Tony, falecido em 2012.
Jennifer Lawrence ("Joy: O Nome do Sucesso") foi escolhida melhor atriz de comédia ou drama e soma seu terceiro troféu aos 25 anos depois de "O Lado Bom da Vida" e "Trapaça".
"A cada vez que subo aqui é por você", disse a atriz em referência a seu diretor preferido, David O. Russell. "Obrigado por me escolher e me ensinar tanto pessoal e profissionalmente. Seu amor pelo cinema é puro", disse.
Além disso, Matt Damon cumpriu as previsões e ficou com o Globo de Ouro de melhor ator de comédia ou musical por "Perdido em Marte".
Para Damon, em sua sétima indicação, é sua primeira vitória como ator, já que anteriormente venceu na categoria de melhor roteiro por "Gênio Indomável" (1997), um prêmio que compartilhou com seu grande amigo Ben Affleck.
"Fiz muitos filmes que ninguém viu. É uma alegria fazer algo de que todo mundo goste", declarou sobre o sucesso de "Perdido em Marte", que acumula quase US$ 600 milhões em bilheteria.
Além disso, Kate Winslet ("Steve Jobs") e Sylvester Stallone ("Creed") foram condecorados com o Globo de Ouro nas categorias de coajuvantes.
Stallone - que recebeu uma das grandes ovações da noite - conseguiu o primeiro Globo de Ouro de sua carreira após três indicações (as anteriores foram como produtor e roteirista de "Rocky, O Lutador", há 40 anos).
A húngara "O Filho de Saul" ganhou o Globo de Ouro de melhor filme estrangeiro, prêmio ao qual concorria o chileno "O Clube", de Pablo Larráin.
"Divertida Mente" foi eleiro melhor filme de animação, enquanto Aaron Sorkin ficou o prêmio de melhor roteiro por "Steve Jobs" e Sam Smith levou com "Writing's on the Wall", de "007 Contra Spectre", o de melhor canção.
Por último, o prêmio para melhor trilha sonora foi para Ennio Morricone por "Os 8 Odiados".
O prêmio foi recebido pelo diretor Quentin Tarantino, que não duvidou em comparar o gênio italiano com o talento de Mozart e Beethoven.