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O que está por trás do tênis destruído de R$ 10 mil da Balenciaga

Batizada de Paris, há duas opções de modelos de tênis, cano alto (10 mil reais) e mule (2,6 mil reais)

Tênis Paris, da Balenciaga. (Balenciaga/Reprodução)

Tênis Paris, da Balenciaga. (Balenciaga/Reprodução)

JS

Julia Storch

Publicado em 10 de maio de 2022 às 11h32.

Última atualização em 12 de maio de 2022 às 18h48.

No ano passado, na contramão à tendência do conforto, a Balenciaga lançou um sapato Crocs com salto fino. O que foi um furor nas redes sociais, já foi substituído por um novo calçado. Desta vez, a marca espanhola acaba de lançar um tênis que aparenta estar destruído.

Batizada de Paris, há duas opções de modelos de tênis, cano alto (10 mil reais) e mule (2,6 mil reais). Os sapatos são cortados na parte superior e tem a lona, a língua e os cadarços desgastados e desbotados, com três cores, vermelho, branco e preto.

O que levaria uma marca de luxo colocar à venda um produto com estética "destruída"? O apelo não é novo. Com referências ao movimento punk, nos anos 1980 a estilista japonesa Rei Kawakubo trouxe às passarelas uma coleção com peças desfiadas e com camadas manchadas, batizada de "Destroyed".  O trabalho de Kawakubo também se relaciona com a designer inglesa Vivienne Westwood.

Mais de 40 anos após esta apresentação, Demna Gvsalia, diretor criativo da Balenciaga, trouxe a irreverência da marca criada há mais de 100 anos. A abordagem dos trabalhos de Gvsalia sempre foi disruptiva, continuando o trabalho criado por Cristóbal Balenciaga.

Em 1917, quando a marca foi criada, a Balenciaga trazia a cultura espanhola para o centro das criações de alta costura, com referências ao flamenco, trajes de matador e aos artistas da época como Diego Velázquez. Inovador, na década de 1950, Balenciaga foi pioneiro em novas silhuetas na moda feminina. Enquanto Christian Dior marcava o corpo das mulheres, Balenciaga deixava os vestidos com volumes e a cintura solta.

Nos anos 1960 a marca perdeu relevância e caiu no esquecimento. Até que dois estilistas conseguiram fazer a marca reviver. O primeiro foi Nicolas Ghesquière, que atuou como diretor criativo de de 1997 a 2012. O segundo foi Demna Gvasalia.

Com forte apelo nas redes sociais, e com diferentes colaborações com outras marcas, a Balenciaga se mantém em alta, assim como em décadas passadas. Mesmo que o tênis Paris pareça destruído, o conceito da marca se perpetua e veste grandes celebridades, como Rihanna e Kim Kardashian, no MET Gala 2021.

As redes sociais são um grande ponto de expansão da marca e sua cultura na moda. Com o tênis Paris, houve comentários relacionando o produto com a Guerra na Ucrânia. Gvsalia, que é refugiado da Geórgia, trouxe na última apresentação na Semana de Moda em Paris, uma passarela que simulava uma travessia na neve, em referência às dificuldades de fuga dos ucranianos. Entre as peças, algumas estavam manchadas, amassadas e rasgadas. 

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