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O que deu certo e errado na estreia do Brasil na Copa

A seleção brasileira venceu a Croácia de virada, mas mostrou fragilidade defensiva e foi beneficiada por um pênalti duvidoso

O atacante Fred em lance no jogo contra Croácia: penalidade foi convertida por Neymar (Paulo Whitaker/Reuters)

O atacante Fred em lance no jogo contra Croácia: penalidade foi convertida por Neymar (Paulo Whitaker/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2014 às 14h01.

Teresópolis - O Brasil venceu a Croácia de virada, por 3 a 1, na abertura da Copa do Mundo, mas não convenceu, mostrando fragilidade defensiva e sendo beneficiado por um pênalti duvidoso.

Apesar da estreia não ter sido perfeita, existem motivos de satisfação para o técnico Luiz Felipe Scolari.

O que deu certo?

A Torcida

O público do Itaquerão foi o 12º homem da seleção brasileira. A parte final do hino nacional cantada a capella deixou todo mundo arrepiado e os jogadores mais empolgados do que nunca. Felipão fez questão de agradecer o carinho da torcida depois da partida. Especula-se que essa pressão popular possa ter contribuído para que o árbitro japonês Yuichi Nishimura tenha "assoprado o apito" para marcar o pênalti em Fred.

Neymar

O jovem camisa 10 chegou a esta Copa cercado de muita expectativa e respondeu à altura, comandando a virada brasileira ao balançar as redes duas vezes e conquistando o prêmio de melhor jogador da partida. Sua atuação não chegou a ser brilhante, mas ele chamou novamente a responsabilidade para si ao arriscar um belo chute colocado de fora da área para empatar a partida. Ele perdeu algumas bolas por conta de firulas e errou passes, mas teve o mérito de aguentar a pressão para cobrar o pênalti que deixou o Brasil na frente no marcador, mostrando uma frieza de veterano com apenas 22 anos.

Oscar

O meia vinha sido criticado pela imprensa, sob a desconfiança de que estaria fora de forma por ter sofrido uma lesão no final da temporada com o Chelsea. Sua vaga de titular chegou a ser ameaçada por Willian, companheiro de clube nos "Blues", mas ele teve uma atuação de encher os olhos no Itaquerão, participando dos três gols brasileiros. Foi dele o passe para o primeiro gol de Neymar e a jogada do pênalti que resultou no segundo. A cereja no bolo foi o terceiro gol, que marcou nos acréscimos com um toque sutil de bico, depois de escapar da marcação de vários croatas. Além de ter levantado a torcida com dribles espetaculares, foi o líder em desarmes, estatística que Felipão fez questão de ressaltar, afirmando até que Oscar merecia dividir o prêmio de melhor jogador com Neymar.


Júlio César

Assim como Oscar, o goleiro vinha sendo questionado por atuar no modesto Toronto FC, na Major League Soccer norte-americana. Ele não teve culpa no gol croata, marcado contra por Marcelo, e fez duas defesas espetaculares em chutes de Modric e Perisic.

O que deu errado

A defesa

Por mais que seja a mais cara do mundo, a zaga titular da seleção brasileira ficou devendo na estreia. Thiago Silva e David Luiz não cometeram erros grosseiros, mas não passaram muita segurança. Já os dois laterais tiveram uma atuação desastrosa no ponto de vista defensivo. O gol croata é o maior exemplo. Foi marcado contra por Marcelo, em cruzamento de Olic, que apareceu livre na esquerda porque Daniel Alves tinha ido apoiar o ataque e não voltou a tempo. Os talentosos meias croatas aproveitaram cada uma dessas subidas para fazer lançamentos nas costas dos laterais.

Fred

O camisa 9 precisou esperar 40 minutos para tocar sua primeira bola, enquanto o Brasil tinha mais de 60% de posse de bola. Ele conseguiu "cavar" o pênalti, mas deveria participar mais do jogo.

Hulk e Paulinho

Os dois tiveram atuações decepcionantes. Hulk não conseguiu fazer a diferença e Paulinho se perdeu na marcação dos meias croatas, deixando Luiz Gustavo sozinho para aguentar a barra. Na Copa das Confederações, ambos eram importantíssimos para pressionar a saída de bola adversária, uma das grandes forças da equipe. Felipão percebeu que eles não estavam em grande forma ao substituí-los no segundo tempo, por Bernard e Hernanes, respectivamente.

A movimentação ofensiva diante de uma equipe fechada

A seleção mostrou-se pouco inspirada por boa parte do jogo. Trocava passes perto do círculo central, mas sem encontrar brechas na boa defesa croata. O único que conseguiu desequilibrar foi Oscar. Sem o pênalti "generoso", não se sabe se o Brasil teria conseguido sair vitorioso.

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