Greta Gerwig: diretora e atriz indicada ao Oscar dirigiu "Little Women" em 2019 (Lucas Jackson/Reuters)
Guilherme Dearo
Publicado em 7 de janeiro de 2020 às 08h00.
Última atualização em 7 de janeiro de 2020 às 09h00.
O número de mulheres que dirigiram filmes importantes mais do que dobrou em 2019, para um nível recorde. No entanto, as diretoras ainda representam apenas uma pequena fatia desses cobiçados postos.
As mulheres representavam quase 11% dos diretores dos 100 melhores filmes lançados em 2019, segundo estudo divulgado na quinta-feira pela USC Annenberg Inclusion Initiative, da Universidade do Sul da California.
Melhorar a diversidade tornou-se uma grande demanda em Hollywood, onde as mulheres geralmente têm menos oportunidades do que os homens. Por exemplo, não há mulheres indicadas para melhor roteiro ou direção na premiação do Globo de Ouro, que acontece domingo em Beverly Hills, Califórnia.
O estudo da USC Annenberg mostrou que menos mulheres competem pelos maiores prêmios, embora filmes dirigidos por mulheres recebam críticas ligeiramente melhores do que os dirigidos por homens.
“O campo de atuação no cinema é claramente de gênero. Os diretores ganham muito mais acesso e oportunidade”, escreveram os autores.
No caso desses 100 filmes, 113 pessoas foram contratadas como diretores, sendo que 12 eram mulheres, segundo o estudo. O número é mais do que o dobro do total do ano passado.
Os dados são um pouco melhores para a diversidade racial. Dos 100 melhores filmes do ano passado, 19 tinham uma pessoa não branca na função de diretor, mas o número caiu em relação aos 24 em 2018. A maioria era de homens.
Grandes distribuidoras de filmes tendem a contratar mais diretoras: a Universal Pictures e a Warner Bros. respondem pelo maior número desde que o estudo começou com os filmes de 2007. Ainda assim, mesmo no estúdio mais diversificado, a Universal, apenas 15 de seus 220 diretores ao longo de 13 anos eram mulheres, segundo o estudo.