Manhattan: spas miram nova era do "autocuidado" (Yuri Gripas/Reuters)
Guilherme Dearo
Publicado em 16 de outubro de 2019 às 08h00.
Última atualização em 16 de outubro de 2019 às 08h00.
Imagine o consultório médico como uma sala de espera com menos luz fluorescente e mais parecido com um clube privado. Repleto de plantas e iluminação cálida, a música suave toca enquanto a recepcionista - ao invés de ignorá-la – sorri sinceramente.
Esse é o modelo do Tia Clinic, um spa de Manhattan que deu um passo adiante na economia do “autocuidado”, em plena expansão. O modelo de salão de bem-estar não é exatamente novo - de qualquer maneira, não em Nova York. A cidade já possui lugares como o Every Woman Wellness, o Women’s Wellness Center e o The Well, um estabelecimento que se apresenta como um “ecossistema completo para o bem-estar”. Por uma taxa de inscrição de US$ 500 e US$ 375 por mês, o The Well fornece um coach de saúde, sessões de ioga, meditação e programação semanal personalizada.
As empreendedoras por trás do spa Tia, no entanto, buscam um ambiente mais acessível ao oferecer assistência médica, do tipo que geralmente requer uma visita ao médico. O objetivo do Tia - cobrar menos enquanto combina moda, saúde e beleza ao bem-estar - pode parecer um desafio impossível.
Depois de uma abertura muito badalada no início deste ano, o Tia descobriu o quão desafiador era o negócio.
O Tia foi fundado por duas amigas de faculdade da Universidade Cornell, Carolyn Witte e Felicity Yost, as duas de 29 anos. Cada uma delas tem experiência em tecnologia: Witte trabalhou anteriormente no Google, e Yost era gerente de produtos da Owler, uma plataforma de informações sobre dados.
“As mulheres foram forçadas a entrar nesse sistema de saúde que claramente não foi pensado para elas”, diz Witte. Ela cita seu diagnóstico da Síndrome do Ovário Policístico, um distúrbio hormonal que pode causar infertilidade, como a força motriz por trás da criação do Tia.