Design Museum: novo espaço abrirá as portas em 24 de novembro deste ano (Divulgação/Design Museum)
Da Redação
Publicado em 19 de março de 2016 às 09h17.
Londres – Uma nova galeria em Londres com dez mil metros quadrados dedicados à inovação será inaugurada em novembro com a intenção de "revolucionar" o mundo do design e se transformar em referência mundial.
Trata-se do Design Museum, fundado em 1989 pelo britânico Terence Conran, que se muda de sua pequena sede no leste da cidade para um grande espaço no oeste com o qual pretende elevar o design gráfico, de produtos e interiores ao status de arte contemporânea.
"Queremos ser a Tate Modern do design", afirmou, com convicção, o diretor do renovado Design Museum, Deyan Sudjic, ao informar nesta sexta-feira sobre o projeto em uma abarrotada apresentação à imprensa em uma casa de leilões londrina.
O novo espaço, que abrirá as portas em 24 de novembro, ficará em um histórico edifício reformado dos anos 60 do bairro de Kensington, que já abriga os populares museus da Ciência, de História Natural e o Victoria and Albert.
Concebido pelo arquiteto John Pawson com mobília da Vitra e "identidade visual" do Studio Fernando Gutiérrez, contará com três andares que combinarão uma exposição permanente gratuita e outras temporárias de tendências.
O local terá ainda um centro de estudos e uma cafeteria, junto com atividades que contribuirão para que este espaço, que receberá um investimento de 83 milhões de libras (cerca de R$ 430 milhões), tenha "um laboratório de experimentação, um ninho de ideias que examine o mundo que nos rodeia", disse o curador Justin McGuirk.
"Não estamos tentando colocar um produto na vitrine, o que queremos é pensar nas condições contemporâneas, mostrar ao público como o design afeta suas vidas", explicou.
Isto, acrescentou, aproximará o design dos cidadãos e fará com que o museu londrino se transforme em referência mundial, pois a maioria dos museus desta área atualmente é "ou muito especializado ou parte de uma instituição maior".
A exposição permanente, que evoluirá com o tempo, se intitula "Designer Maker User" e mostrará conhecidos produtos tecnológicos, de consumo comum e até de moda, com a perspectiva de toda a cadeia produtiva.
Como grande novidade, para compor esta mostra o museu abriu a chance de o público participar. Até o próximo dia 10 de abril, qualquer londrino poderá sugerir produtos que sejam relevantes em suas vidas.
Alguns dos objetos que poderão ser vistos serão a Vespa Clubman, projetada pelo engenheiro Corradino d'Ascanio e fabricada pela Piaggio; a máquina de escrever Valentine, dos arquitetos Ettore Sottsass e Perry King para Olivetti; as icônicas sinalizações de trânsito britânicas, planejadas pelos designers gráficos Jock Kinneir e Margaret Calvert; e o Walkman Sony TPS L2, do engenheiro Nobutoshi Kihara.
A primeira exposição temporária, com curadoria de McGuirk, é "Fear and Love - Reactions to a complex world", na qual vários artistas farão instalações - um conceito novo no setor - que analisem através do design assuntos da atualidade.
O Design Museum, que pretende atrair cerca de 650 mil visitantes por ano, tem também projetos digitais e estará muito presente nas redes sociais, onde já é o museu mais seguido do mundo no Twitter, com 2,63 milhões de seguidores.
Conran, pai do primeiro Design Museum - que fecha as portas em 30 de junho -, expressou sua satisfação pela mudança à nova sede, que lhe aproxima de seu sonho de "criar o melhor e maior museu de design do mundo".
"Fará com que minha dedicação ao design de toda uma vida tenha valido a pena", afirmou. EFE