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Novo design em cabines de aviões visa proteção contra covid

Capas nos encostos da cabeça e barreiras de tecido entre os assentos para evitar a propagação do coronavírus poderão ser vistas nas aeronaves

Assentos da Recaro em exibição em feira (Jens Büttner/picture alliance/Getty Images)

Assentos da Recaro em exibição em feira (Jens Büttner/picture alliance/Getty Images)

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Daniel Salles

Publicado em 10 de setembro de 2020 às 06h20.

Última atualização em 10 de setembro de 2020 às 08h43.

Companhias aéreas estudam mudanças nas cabines dos aviões, como capas nos encostos da cabeça e barreiras de tecido entre os assentos para evitar a propagação do coronavírus.

As aéreas, desesperadas para que os governos suspendam as restrições às viagens e os passageiros retornem, buscam maneiras de garantir ao público que sua saúde não será comprometida durante o voo. Assentos e cabines com nova aparência podem ser um começo.

A Recaro Aircraft Seating, uma das maiores empresas do ramo, elaborou uma série de modificações para manter os passageiros separados e protegê-los de infecções.

As companhias aéreas avaliam instalar o equipamento da Recaro como uma reforma temporária da cabine, de acordo com o CEO Mark Hiller. As empresas precisam de acessórios fáceis de manobrar, leves e disponíveis a curto prazo, disse.

“Há definitivamente um grande interesse de todas as regiões”, afirmou Hiller em entrevista.

Com a vacina contra o coronavírus ainda distante, companhias aéreas precisam persuadir passageiros de que é seguro voar quando alguém infectado pode estar próximo. Surtos esporádicos no mundo todo criam receio: em julho, o tráfego global caiu quase 80% em relação ao ano anterior, uma queda mais forte do que o esperado, disse a Associação Internacional de Transporte Aéreo na semana passada.

Dos aviões que continuam voando, muitos estão metade vazios. A aeronave normalmente deve ter ocupação de 70% a 80% para dar lucro. Por isso, cresce o apelo de recursos que permitam aos passageiros se sentarem lado a lado sem tocar as cabeças, encostar nos ombros ou cotovelos.

As companhias aéreas também estudam como aplicar um revestimento desinfetante desenvolvido pela Recaro nos seus assentos, disse Hiller. A empresa alemã diz que reformulou a substância para repelir vírus, incluindo o que causa a covid-19.

Embora o setor afirme há meses que há pouca chance de pegar o vírus em um avião porque há filtros de ar de grau hospitalar a bordo, esse argumento veio abaixo após surtos com origem em alguns voos.

Todos os 187 passageiros e seis tripulantes em um voo da TUI com origem no aeroporto grego de Zante com destino a Cardiff, no mês passado, tiveram que se isolar. Pelo menos 16 casos confirmados foram identificados no voo de 25 de agosto.

A Recaro, que vendeu cerca de 150 mil assentos para aeronaves no ano passado, não está imune à crise que assola a indústria da aviação, apesar da demanda potencial por seus projetos. Hiller disse que a receita deve cair quase 60% em 2020.

“Mesmo que as companhias aéreas não comprem novos aviões, elas podem optar por novas cabines mais confortáveis ou adaptadas à covid”, disse.

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