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Novo carro da Nissan confirma fim do sedã fabricado em Detroit

O Altima, novo carro da Nissan, será vendido a partir desta semana, com design mais agressivo e desempenho turbo

Altima: Carro foi apresentado pela Nissan no New York International Auto Show, em março (Michael Noble Jr./Bloomberg)

Altima: Carro foi apresentado pela Nissan no New York International Auto Show, em março (Michael Noble Jr./Bloomberg)

Júlia Lewgoy

Júlia Lewgoy

Publicado em 1 de outubro de 2018 às 14h50.

Quando o Altima, o carro-chefe redesenhado da Nissan Motor, sair à venda nesta semana, ele vai colocar mais um prego no caixão dos sedãs fabricados por empresas com sede em ou perto de Detroit - a cidade que inventou o conceito dos carros familiares.

A Fiat Chrysler Automobiles parou de fabricar sedãs nos EUA há dois anos. A Ford Motor planeja fazer o mesmo em 2020, mas não lançará mais sedãs nesse meio tempo. Como a General Motors é a única em Detroit que ainda tem uma linha completa de carros, as fabricantes asiáticas de veículos têm um campo bastante livre e deverão capturar 88% das vendas de carros médios em 2022, contra 64% em 2012, de acordo com Zohaib Rahim, analista da Cox Automotive.

Esse domínio em matéria de carros para as empresas asiáticas, entre elas as afiliadas coreanas Hyundai Motor e Kia Motors, tem menos valor em 2018 do que antes porque os consumidores americanos continuam comprando SUVs e crossovers. Alan Baum, analista independente do setor automotivo em Bloomfield, Michigan, projeta que o total de vendas de carros nos EUA cairá de 7,1 milhões em 2012 para 4 milhões em 2023. No ano passado, as vendas domésticas de carros tradicionais caíram abaixo do nível de 2009, disse Baum.

Mas a Nissan, a Honda Motor e a Toyota Motor podem suportar melhor esse declínio do que suas concorrentes de Detroit, disse Baum. Isso ocorre porque suas fábricas flexíveis podem mudar mais facilmente de carros para crossovers - e possivelmente em sentido inverso se a alta dos preços do petróleo provocar um renascimento dos sedãs, disse ele.

O novo Altima, por exemplo, compartilha bases mecânicas com o sedã elétrico Leaf, o crossover Murano e o SUV Pathfinder. Além disso, embora a Ford tenha vendido no mês passado o maior número de picapes da F-Series em um mês de agosto desde 2005, Baum qualificou a decisão de Detroit de deixar de fabricar esses carros como uma fraqueza estratégica autoinfligida.

Mais extravagante

O designer do Altima, Ken Lee, disse que, para o novo visual do veículo, ele buscou um apelo ágil e voltado para o desempenho que os SUVs não podem igualar, e que os compradores podem ter achado inapropriado durante a crise financeira.

“Podemos ser um pouco mais extravagantes agora”, disse Lee, “mas não queremos assustar as pessoas.”

Apesar de todas essas melhorias, até a Nissan está sendo obrigada a conter suas ambições para o Altima. A empresa planeja fabricar 230.000 unidades neste ano em fábricas em Smyrna, Tennessee, e Canton, Mississipi, disse Baum, contra 345.000 em 2016. Denis Le Vot, presidente de operações da Nissan na América do Norte, preferiu não revelar as metas de produção ou vendas da Nissan.

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