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No TikTok, professores gastam até mil dólares para decorar suas salas de aula

Educadores da geração Z gastam grandes quantias em decoração de salas, inspirados pela cultura digital, mas a tendência levanta questões práticas entre veteranos

Marcas estão aproveitando volta à escola no hemisfério norte para faturarem com mudanças nas salas de aula. (Schoolgirl Style/Reprodução)

Marcas estão aproveitando volta à escola no hemisfério norte para faturarem com mudanças nas salas de aula. (Schoolgirl Style/Reprodução)

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 18 de setembro de 2024 às 12h41.

Última atualização em 18 de setembro de 2024 às 12h42.

Nos últimos anos, uma tendência crescente nas redes sociais tem chamado a atenção: jovens professores transformando suas salas de aula em ambientes altamente personalizados, coloridos e aconchegantes. Com influências da cultura digital, muitos desses educadores estão gastando grandes quantias, em alguns casos mais de US$ 1.000 (R$ 5,5 mil), para decorar seus espaços de trabalho. No TikTok, Instagram e YouTube, vídeos mostrando essas transformações fizeram sucesso nas redes, atraindo milhões de visualizações e milhares de curtidas. As informações são da QZ.

Kayleigh Sloan, uma professora de 27 anos, se destaca como um dos exemplos mais comentados dessa prática. Inspirada pela estética das décadas passadas, ela investiu mais de US$ 1.000 (R$ 5,5 mil) para decorar sua sala de aula de segunda série com a temática de uma cafeteria dos anos 1970. A jovem professora acredita que uma sala de aula visualmente atraente pode melhorar o aprendizado dos alunos, tornando o ambiente mais estimulante e agradável. Para ela, esse tipo de decoração cria uma atmosfera que se diferencia das salas de aula tradicionais, que muitas vezes não despertam o interesse dos estudantes.

Nas redes sociais, professores compartilham vídeos mostrando os processos de transformação de suas salas. Em um dos vídeos mais populares do TikTok, que recebeu mais de 650 mil curtidas, uma professora cobre as luzes fluorescentes da sala com capas pastéis inspiradas em um álbum da cantora Taylor Swift. Outro exemplo envolve uma professora que trabalhou na loja de decoração Anthropologie e reutilizou materiais da loja para organizar sua sala de aula, transformando o espaço em algo sofisticado e moderno.

Demanda da Geração Z

A demanda por essas decorações impulsionou o sucesso de empresas especializadas em produtos para salas de aula. A Schoolgirl Style, uma dessas marcas, cresceu significativamente nas redes sociais, com coleções de decoração voltadas para professores recém-formados, como a linha "Saved by Pastel". A empresa se beneficia da tendência, com suas vendas disparando à medida que os vídeos de transformação de salas de aula ganham popularidade entre educadores jovens, muitos dos quais fazem parte da geração Z.

Entretanto, essa tendência não é vista com bons olhos por todos. Alguns educadores mais experientes questionam a eficácia e a necessidade de tamanha personalização. Ellen Moskowitz, administradora escolar de 43 anos, levanta preocupações sobre o impacto que essas decorações podem ter na dinâmica de aprendizado. Para ela, uma sala de aula completamente decorada no primeiro dia de aula pode limitar a capacidade dos alunos de personalizarem o espaço e se apropriarem do ambiente. Além disso, há questões práticas envolvidas, como o uso de almofadas e tapetes, que podem trazer problemas relacionados à higiene e à segurança, como infestação de piolhos.

Mesmo com essas críticas, a tendência de salas de aula decoradas continua ganhando força, impulsionada pela cultura de influência digital e pelo desejo dos professores mais jovens de criar ambientes de aprendizado que sejam tanto atraentes para os alunos quanto dignos de compartilhamento nas redes sociais.

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