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Na Espanha, estrangeiros experimentam a "nova normalidade" turística

Regras de distanciamento e uso de máscaras passam a ditar comportamento dos turistas no país, no primeiro dia de reabertura das fronteiras para os europeus

Mulheres caminham na praia de San Sebastian, na Espanha, durante pausa da quarentena (Ander Gillenea/AFP)

Mulheres caminham na praia de San Sebastian, na Espanha, durante pausa da quarentena (Ander Gillenea/AFP)

FS

Fabiane Stefano

Publicado em 21 de junho de 2020 às 15h31.

Última atualização em 21 de junho de 2020 às 22h58.

No terraço do seu bar de tapas, em frente ao mar, Pilar Romanach nunca tinha servido sangrias com tanta empolgação: "isso é sinal de que os turistas estrangeiros voltaram" à Espanha, com a reabertura das fronteiras neste domingo (21).

Sobre a areia dourada de Rosas, um povoado costeiro catalão a 30 quilômetros da fronteira com a França, os primeiros banhistas se acomodavam para estrear o verão.

A praia é tão grande e espaçosa que não será imposto controle para acessá-la, com dezenas de metros entre toalha e toalha.

Sentados no terraço do antigo bar "Ribereta", os primeiros estrangeiros degustam o que o governo chama de "a nova normalidade" da Espanha, o segundo destino turístico mundial depois da França.

No exterior não é obrigatório usar máscara, caso a distância de 1,5 metros entre pessoas seja mantida. No interior devem usá-la.

O estado de alarme decretado em meados de março acaba de ser suspenso em um dos países mais atingidos pela pandemia do novo coronavírus, com mais de 28.300 mortos.

Depois de um estrito confinamento de 14 semanas, o país começa a respirar, ainda que com máscaras: os espanhóis podem movimentar-se pelo território e os turistas europeus podem vir de férias.

A partir da meia noite, a Espanha reabriu a fronteira com a França, e os portos e aeroportos permitem a entrada de cidadãos europeus sem obrigá-los a obedecer uma quarentena. Até mesmo os britânicos, o maior contingente de turistas estrangeiros, são bem-vindos, ainda que o Reino Unido mantenha a imposição de quarentena a estrangeiros.

"Aqui vivemos do turismo francês. Para alguns, a pandemia não permitiu que conseguissem manter seus negócios e muitos dizem que não reabrirão neste verão", conta Pilar Romanach.

Com luvas azuis e máscara preta, Pilar pede aos seus clientes "muita precaução, porque isso ainda não terminou".

Na enseada de Canyelles, a secretária francesa aposentada, Marie-Hélène Laffont, moradora de Rosas, diz que "nunca viu tantos peixinhos nas rochas". Ela define seu período de confinamento, foi um período "positivo e ensolarado".

O estado de alarme surgiu enquanto ela estava na Grécia, acompanhada do marido espanhol. Ela só foi repatriada um mês e meio depois, em um comboio especial com outros turistas em uma caravana, passando o restante da quarentena já em Rosas.

"Dos 36 apartamentos do nosso prédio, apenas cinco ou seis estavam ocupados. A maioria dos franceses virá no próximo final de semana", explica Laffont.

Neste primeiro domingo sem estado de alarme, os espanhóis consideram um momento para se rever a família ou ir a lugares como esse, cenários de férias que tinham abandonado.

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