Maiores riscos para a mulher: segundo cardiologista, depressão deve ser tratada como fator de risco nas doenças coronárias (Christopher Furlong/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 29 de maio de 2013 às 09h53.
São Paulo - A depressão não só compromete a psique das pessoas, como pode levar a doenças mais graves. Estudo australiano, publicado neste mês no jornal da American Heart Associaton (Associação Americana do Coração), apontou que as mulheres de meia idade, diagnosticadas com depressão, possuem 2,4 vezes mais chances de enfartar.
Para chegar ao resultado, os pesquisadores acompanharam 10.547 voluntárias, entre 47 e 52 anos. Mesmo levando em consideração os fatores de risco, como diabetes, colesterol alto, sedentarismo e obesidade, a associação entre as duas doenças continuou alta e considerável.
De acordo com o cardiologista Leopoldo Piegas, do Hospital do Coração, a depressão deve ser tratada como fator de risco nas doenças coronárias. "Alguns estudos comprovaram que a depressão reduz o calibre dos vasos sanguíneos e eleva a pressão arterial. Já a ansiedade e estresse aumentam a produção de substâncias inflamatórias relacionadas a arterosclerose."
Por outro lado, lembra o médico, os impactos da depressão no sistema cardiovascular também são causados devido às alterações comportamentais causadas pela doença. "As pessoas em depressão ou com alto índice de ansiedade são mais propensas a consumir bebidas alcoólicas, cigarros, drogas, além de ficarem mais sedentárias, favorecendo assim o surgimento dos males do coração", explica.
Nos últimos quatro anos, a internação de mulheres por infarto nos hospitais públicos cresceu 34%, somente no estado de São Paulo. Segundo levantamento recente da Secretaria Estadual da Saúde, 8.570 mulheres foram internadas no ano passado com a doença, enquanto em 2008 ocorreram 6.395 internações.
Já, de acordo com dados do Ministério da Saúde, as doenças do aparelho circulatório, como Acidente Vascular Cerebral (AVC)e o infarto, lideram os casos de mortalidade feminina. Dados do DATASUS, de 2010, apontam que 150 mil mulheres morrem devido às doenças cardiovasculares no Brasil.