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Mostra inédita revela acervo de Charles Chaplin em SP

A exposição, que já passou por diversos países europeus, Estados Unidos e México, chega agora ao Brasil propondo confronto entre a figura pública e a pessoal do ator

O acervo é capaz de emocionar qualquer fã do artista (Wikimedia Commons)

O acervo é capaz de emocionar qualquer fã do artista (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 19 de outubro de 2011 às 09h16.

São Paulo - Um típico trapaceiro, rabugento, antipático, malandro ao extremo, que não hesitava em dar em cima da mulher do próximo, que adorava dar pontapés e aplicar truques diversos nos mais distraídos. Assim era Carlitos, o célebre personagem criado por Charles Chaplin que superou seu próprio criador e adquiriu vida própria. Tão própria que foi até capaz de evoluir, mudar de personalidade e se tornar o solitário, melancólico e comovente vagabundo que comoveu o mundo com suas histórias nem sempre felizes, mas sempre hilárias. "Poucos sabem que Carlitos nasceu em 1914, ainda na Keystone, o primeiro estúdio norte-americano em que Chaplin trabalhou. Foi só com o passar do tempo que ele deixou de ser antipático para se consolidar, finalmente, em Luzes da Cidade (1931) como o simpático vagabundo", contou o francês Sam Stourdzé, curador da exposição "Chaplin e sua Imagem", que entra em cartaz hoje no Instituto Tomie Ohtake e traz facetas até então pouco conhecidas do grande público de um dos maiores gênios da história do cinema.

Poderia se chamar de arqueologia contemporânea o trabalho que Stourdzé, um dos maiores especialistas quando o assunto é "escavar" a vida de Charles Chaplin, realizou - ele é diretor do Lausanne's Elysée Museum, na Suíça, onde o ator e diretor passou os últimos anos de sua vida, após ter sido impedido de retornar ao Estados Unidos durante uma viagem à Europa. Não por acaso, o Lausanne Museum é detentor de vasto acervo de imagens da vida pública e privada de Chaplin.

É parte deste acervo capaz de emocionar qualquer fã do artista que poderá ser visto pela primeira vez no Brasil. A exposição, que já passou por diversos países europeus, Estados Unidos e México, chega agora ao Brasil propondo uma interessante confrontação entre a figura pública e a pessoal de Charles Chaplin.

Na esfera pública, merece atenção especial a obsessão do ator em "não ser cortado da cena". "Chaplin detestava ter suas cenas cortadas. Tanto que, com o tempo, aprendeu a fazer gags, movimentos e trejeitos que chamavam atenção do público e que, por fazerem rir, não poderiam ser cortadas", comenta Stourdzé, que vem a São Paulo pela primeira vez para a abertura da mostra, hoje, para convidados.

Vale lembrar que esta é a primeira vez que Chaplin ganha uma exibição tão ampla e completa em museus pelo mundo. "Já houve muitas mostras de filmes e até de fotográficas, mas sempre em cinemas, festivais, cinematecas. A junção da obra de Chaplin com o acervo 'de atrás das câmeras' de sua carreira, construindo um diálogo entre os dois mundos, é inédita", diz o curador, para quem cenas como o making of filmado por Sydney, irmão de Charles, durante as filmagens de "O Grande Ditador", no fim da década de 30, é um dos grandes destaques da exposição. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Chaplin e Sua Imagem - Instituto Tomie Ohtake (Av. Brigadeiro Faria Lima, 201). Telefone (011) 2245-1900. 3ª a dom., 11 h/ 20 h, Grátis. Até 27/11.

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