"Thinking Room”: criada pelo diretor de cinema David Lynch (Divulgação/Divulgação)
Jornalista
Publicado em 17 de abril de 2024 às 10h07.
Última atualização em 17 de abril de 2024 às 10h10.
DE MILÃO - As filas eram longuíssimas, assim como as cortinas de veludo sangue de mais de cinco metros que cercavam as salas da instalação “Thinking Room”, criada pelo diretor de cinema David Lynch e principal experiência desta 62ª edição do Salão Internacional do Móvel, que começou nesta terça-feira, 16, em Milão, Itália.
A mostra – espécie de espinha dorsal de todo evento, que acontece até o dia 21 deste mês – tem como intenção, por meio de salas idênticas e imaginadas pelo cineasta, evocar a ideia de que é preciso, antes de mergulhar na exposição, apreciar momentos de silêncio e reflexão. E, assim, se conectar com o espaço, tema central de todo Salone.
Assim como em seus filmes, o subconsciente é o material mais significativo. A linguagem cenográfica do cinema e do teatro toma conta também de todos os espaços. Seja pelo aspecto relativamente vazio das salas, assim como pelas lindas instalações. Destaque para a grande poltrona central - equipada com ferramentas para escrever, desenhar e pintar, conectadas ao teto.
A exposição, que tem curadoria de Antonio Monda, conta com ainda com espaços tomados por azul, imagens perturbadoras ou de objetos que induzem à reflexão (como um espelho) ou a ideia do passar do tempo (como um relógio).
A ideia, segundo Lynch, é acima de tudo libertar o coração, a mente e deixar de lado opiniões, suposições e preconceitos. Dessa maneira, estaremos prontos para mergulhar em espaços que propõem novas possibilidades, pensamentos, percepções e sensações.
Um convite a se conectar com o vazio antes de entrar na multidão, burburinho e na infinidade de ambientes apresentados numa feira que atrai a cada ano mais de 300 mil pessoas vindas de mais 180 países.