Parasita: longa de Bong Joon-ho venceu a Palma de Ouro de Cannes (Divulgação/Divulgação)
Agência Brasil
Publicado em 17 de outubro de 2019 às 09h09.
O maior e mais importante festival de cinema da capital paulista e o mais celebrado, a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, chega à sua 43ª edição um pouco mais enxuta e com um olhar mais nacional. Serão exibidos 300 filmes, de 65 países, em 27 locais da cidade entre cinemas, teatros, espaços culturais e educacionais e parques.
A mostra pode ser vista de hoje (17) a 30 de outubro e tem patrocínio do Ministério da Cidadania, do governo de São Paulo e da prefeitura paulistana, entre outros.
Entre os destaques do evento deste ano estão as exibições de Sinônimos, de Nadav Lapid, filme ganhador do Urso de Ouro no Festival de Berlim; Parasita, de Bong Joon-ho, ganhador da Palma de Ouro de Cannes; Honeyland, de Ljubomir Stefanov e Tamara Kotevska, prêmio do júri de melhor documentário mundial no Festival de Sundance; e Pacificado, de Paxton Winters, Concha de Ouro no Festival de San Sebastián.
A cerimônia de abertura da mostra de cinema foi realizada ontem (16) à noite, no Auditório Ibirapuera. Na cerimônia foi exibido o filme Wasp Network, de Olivier Assayas, uma adaptação do livro Os Últimos Soldados da Guerra Fria, de Fernando Morais. O diretor é um dos homenageados este ano e ganhará uma retrospectiva com 15 de seus filmes.
"Estou muito honrado. Isso [a homenagem] veio para mim como uma surpresa. Realmente estou muito emocionado e muito feliz", disse o diretor, que está em São Paulo para acompanhar o evento.
Outro homenageado deste ano é o diretor israelense Amos Gitai, que celebra o aniversário de lançamento de dois de seus longas: Berlim-Jerusalém, que completa 30 anos; e Kadosh - Laços Sagrados, que estreou há 20 anos.
"A mostra é um espaço onde as ideias circulam e se espalham e são apresentadas e discutidas com toda a liberdade", disse Renata de Almeida, diretora da exposição, na cerimônia de abertura.
O filme que encerrará o festival será Dois Papas, de Fernando Meirelles. "Meu filme é uma ficção, a história de um encontro entre o papa Bento XVI e o papa Francisco. Começa no Conclave de 2005, quando Bento XVI foi eleito e vai até 2013, com a eleição de Francisco", contou.
"O filme está entrando em alguns festivais e já ganhou quatro prêmios. Então, estou feliz. Aprendi cinema e, enfim, as coisas muito malucas, interessantes e inéditas, que me abriram a cabeça, foram na mostra. Naquela época, não tinha DVD. Ou você assistia aos filmes da mostra ou você não assistia. Mas, quando comecei a me formar como diretor de cinema, a cada ano eu esperava ansiosamente porque era ali [na Mostra] que eu me alimentava".
A novidade deste ano é a exibição de filmes no Theatro Municipal. Nos dias 18, 19 e 20, o espaço irá exibir títulos brasileiros que tiveram destaque internacional, como os premiados A Vida Invisível, de Karim Aïnouz, candidato brasileiro a uma indicação ao Oscar, e Babenco - Alguém Tem que Ouvir o Coração e Dizer: Parou, de Bárbara Paz.
Outra novidade é a itinerância de filmes por meio de uma unidade móvel, que vai percorrer os centros educacionais unificados (CEUs) Aricanduva, Caminho do Mar, Meninos, Vila Atlântica, Jaçanã e o Centro de Formação da Cidade Tiradentes.
Também haverá itinerância da mostra por 12 unidades do Serviço Social do Comércio (Sesc) no interior do estado, entre 9 de novembro e 8 de dezembro, com a exibição de 10 filmes.
A clássica exibição na parte externa do auditório Ibirapuera será no dia 2 de novembro, com o filme centenário O Gabinete do Dr. Caligari, de Robert Wiene, com acompanhamento musical da Orquestra Jazz Sinfônica. Haverá exibições gratuitas também no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp).
Uma parceria entre a mostra e a prefeitura paulistana também vai trazer outra inovação para a edição deste ano: um serviço de streaming.
A plataforma SP Cine Play vai disponibilizar, gratuitamente, dez filmes para serem assistidos por meio de computadores ou celulares. O serviço está disponível no site http://www.spcineplay.com.br/.
"A mostra de cinema é um evento tão emblemático e tão importante que merece acontecer em seus lugares tradicionais, mas também com o suporte da prefeitura para que possa acontecer, por exemplo, no vão livre do Masp, no Theatro Municipal, nos CEUs e também com a transmissão da SP Cine Play, um aplicativo de streaming da SP Cine, de filmes que estão no catálogo da mostra", disse o secretário municipal de Cultura de São Paulo, Alê Youssef.