Técnico de futebol Luis Aragones, que comandou a Espanha na conquista da Eurocopa em 2008 (REUTERS/Osman Orsal/Files)
Da Redação
Publicado em 1 de fevereiro de 2014 às 11h38.
Madri - O técnico que iniciou o processo de transição da Espanha de uma seleção fracassada para uma potência mundial morreu. Neste sábado, a Federação Espanhola de Futebol anunciou a morte de Luis Aragonés, que comandou a Espanha na conquista do título da Eurocopa de 2008. Ele faleceu aos 75 anos, em um hospital de Madri. A causa da morte não foi revelada.
O presidente da federação, Angel Maria Villar, disse que Aragonés será lembrado como alguém "muito especial", tanto por suas contribuições para o futebol espanhol como pela pessoa que foi.
"Com ele, vivemos o início de uma fase extraordinária no futebol bem como para a sociedade espanhola", disse Villar. "Esta foi uma madrugada dolorosa para o nosso futebol".
Aragonés teve uma carreira bem sucedida como jogador, com 11 partidas disputadas pela Espanha, e depois se tornou treinador, também tendo êxito.
Mas ele será principalmente lembrado pela conquista da Eurocopa de 2008, com uma vitória sobre a Alemanha na decisão em Viena, que garantiu para a Espanha o seu primeiro grande título em 44 anos.
Esse foi o ponto alto do período de quatro anos de Aragonés no comando da Espanha, mudando a reputação da equipe, mesmo após ser eliminado nas oitavas de final da Copa do Mundo de 2006 pela França.
Depois, porém, comandou a equipe na vitoriosa campanha na Eurocopa, ao adotar o estilo de passes rápidos, conhecido na Espanha como "tiki-taka", além de contar com os talentosos meias Xavi Hernández, Andrés Iniesta e os gols de David Villa.
Aragonés deixou o comando da Espanha em seguida, mas a seleção continuou sendo vitoriosa, agora com o técnico Vicente del Bosque, tanto que venceu a Copa do Mundo de 2010 e a Eurocopa de 2012. Mas o treinador também se envolveu em polêmicas no comando da seleção, com uma acusação de racismo do francês Henry, e ao deixar de convocar o atacante Raúl.
Como jogador, Aragonés se tornou o segundo maior artilheiro da história do Atlético de Madrid, com 123 gols marcados 265 jogos, e ajudou o time a vencer três vezes o Campeonato Espanhol e duas a Copa do Rei, além de ter sido vice-campeão da Liga dos Campeões da Europa em 1974.
Depois, Aragonés se tornou técnico do Atlético de Madrid e foi campeão mundial em 1974, da Copa do Rei em 1976, 1985 e 1992 e do Campeonato Espanhol em 1977, nas suas cinco passagens no comando do clube. Ele também dirigiu outros clubes, como Barcelona, Espanyol, Sevilla, Valencia e Oviedo.
Seu último trabalho foi no Fenerbahçe, entre 2008 e 2009. Aragonés deixa sua esposa Pepa, cinco filhos e 11 netos.