Leilão: a moeda mostra uma mulher personificando a liberdade de um lado e uma águia voando do outro (AFP/Reprodução)
Matheus Doliveira
Publicado em 8 de junho de 2021 às 16h58.
Última atualização em 8 de junho de 2021 às 17h06.
Uma moeda de ouro americana de 1933 foi leiloada nesta terça-feira, 8, na Sotheby's de Nova York por 18,87 milhões de dólares (cerca de 90 milhões de reais na cotação atual), um valor recorde e quase 5 milhões a mais do que o máximo estimado.
O exemplar, que faz parte da última série de moedas de ouro conhecidas como "Double Eagle" emitidas pela Casa da Moeda dos Estados Unidos, dependente do Tesouro, é hoje a moeda mais cara do mundo, depois de ultrapassar o dólar de prata "Flowing Hair" de 1794, vendido por 10 milhões em 2013.
A moeda mostra uma mulher personificando a liberdade de um lado e uma águia voando do outro, desenhadas pelo escultor americano Augustus Saint-Gaudens.
Ela nunca foi colocada em circulação, pois o presidente dos Estados Unidos, Franklin D. Roosevelt, deu início ao fim da conversibilidade da moeda americana em ouro. Os Estados Unidos nunca mais cunharam moedas de ouro, com exceção de séries limitadas de colecionador.
No entanto, alguns exemplares apareceram no mercado de colecionadores, antes de serem apreendidos pelos serviços secretos dos Estados Unidos. Com exceção de uma "Double Eagle" que fazia parte da coleção numismática do rei Farouk do Egito.
A cobiçada moeda de ouro foi comprada em 1995 por um colecionador britânico que, após uma batalha legal de cinco anos, foi autorizado a revendê-la legalmente em 2002 para seu atual proprietário, o designer americano Stuart Weitzman, por 7,9 milhões de dólares.
Depois dessa venda, a diretora da Casa da Moeda dos Estados Unidos deu a Weitzman um certificado de monetização, que transformou o objeto em moeda oficial dos Estados Unidos.
O designer de calçados, favorito de muitas celebridades, montou uma coleção única com a "Double Eagle" e também um selo de 1856 que muitos consideram o mais raro do mundo, o One Cent Magenta, pertencente à ex-colônia britânica da Guiana, que também integrou o leilão dessa terça-feira.
O selo faz parte de uma série impressa repentinamente pelo agente dos correios da Guiana Britânica (agora Guiana) após uma interrupção no fornecimento.
Weitzman comprou o selo em 2014 por 9,4 milhões de dólares, um recorde mundial. Mas nesta terça-feira foi leiloado a um preço inferior, 8,3 milhões de dólares.