As festividades eram presididas pela deusa Mictecacíhuatl (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 31 de outubro de 2012 às 18h22.
México.- O México celebra a partir desta quarta-feira o Dia dos Mortos, data que remonta o legado pré-hispânico dos povos mesoamericanos, e que foi declarada pela Unesco como Patrimônio Imaterial da Humanidade em 2003.
''As origens da realização do Dia dos Mortos no México são anteriores à chegada dos espanhois, mas se fundem com a tradição medieval católica'', explicou à Agência Efe, Andrés Merina, Instituto de Pesquisa Antropológica da Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM).
O pesquisador ressaltou o papel dos mortos na vida de parte da população. ''Os mortos representam um papel muito importante em todo o ciclo agrícola. Pedem apoio para eles nos momentos críticos, como nas chuvas. Eles são os intermediários com os deuses'', explicou Merina.
As festividades eram presididas pela deusa Mictecacíhuatl, conhecida como a ''Dama da Morte''. Com a chegada dos espanhóis, a tradição da colheita se uniu com os costumes medievais católicos, fazendo aparecer modificações na elaboração das oferendas e nos altares.
Durante a celebração, além de comparecer aos panteões, as crianças costumam sair à rua, para cantar e pedir oferendas em homenagem aos mortos, com um chilacayote (fruto de forma parecida a abóbora), com uma vela dentro.
Este elemento faz confundir o Dia dos Mortos com o Haloween, festividade de tradição nórdica que, de acordo com Merina, foi introduzida na cultura mexicana graças a influência da televisão e do comércio. ''A influência do Halloween tem a ver com a classe média, que vai aos supermercados, que tem modelos mais americanos por influência da televisão. Mas este não é o caso das comunidades tradicionais'', comentou o estudioso.
O Dia dos Mortos se prolonga por dois dias. Amanhã será dedicado as almas das crianças, enquanto hoje se lembra a memória dos adultos. Na madrugada do último dia da festividade, os mexicanos velarão os seus mortos no cemitério.