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Metade apartamento, metade hotel - hospedagem boutique atrai turistas

Nesse lugar, você terá três vezes mais metros quadrados, kitchenettes funcionais e ambientes confortáveis, além de design contemporâneo

 (opolja/Thinkstock)

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Daniela Barbosa

Daniela Barbosa

Publicado em 29 de julho de 2018 às 08h55.

Última atualização em 29 de julho de 2018 às 08h55.

Esta é uma das perguntas mais polêmicas para as pessoas que vivem com o pé na estrada: hotel ou Airbnb?

Não se preocupe com a resposta. Graças a um novo conceito híbrido que está chegando com tudo no setor de hotelaria, é possível obter o melhor dos dois mundos. Conheça o apart-hotel boutique. É metade apartamento, metade hotel, mas 100% apto para o feed do Instagram.

Esse tipo de acomodação normalmente faz lembrar hotéis genéricos para estadias prolongadas, escolhidos devido a um orçamento apertado, como Homewood Suites e Residence Inn, ou residências corporativas estéreis. Mas não neste caso: os apart-hotéis boutique são voltados a viajantes que normalmente reservariam estadias mais curtas em esconderijos elegantes como o Hoxton ou o Soho House.

Nesses lugares, você terá três vezes mais metros quadrados, kitchenettes funcionais e ambientes confortáveis, além de design contemporâneo -- tudo pelo mesmo preço das despesas de viagem de um hotel de nível médio ou um Airbnb na região.

Se o Airbnb é a maior ameaça para a maioria dos donos de hotéis -- devido ao preço, à autenticidade percebida e à escala --, os proprietários de apart-hotéis dizem o contrário. "O Airbnb é a melhor coisa que poderia ter acontecido para nós", diz Eric Jafari, que introduziu o conceito no Reino Unido com sua nova marca, Locke. Larry Korman, presidente da AKA, uma marca de apart-hotel com sede nos EUA, concorda. "O Airbnb ampliou a ideia de que uma residência pode oferecer algumas vantagens em relação a um quarto", diz ele.

"Os viajantes adoram flexibilidade", acrescenta Korman. E os investidores também. Em fevereiro, a Locke, com apenas 16 meses de existência e só dois hotéis em seu nome, foi comprada pela Brookfield Capital por 430 milhões de libras (US$ 565 milhões), incluindo ativos imobiliários e uma carteira de 900 quartos. Jafari estima que a empresa chegará a valer US$ 2,5 bilhões até 2023.

"Com o passar do tempo, grandes empresas hoteleiras se voltarão a esta oportunidade", diz Steve Kent, professor de administração do Molloy College em Rockville Center, Nova York, e fundador do grupo de investimentos em hospitalidade do Goldman Sachs. "Ela está alinhada com os interesses do consumidor e do desenvolvedor e [as operadoras de hotéis] são muito rápidas em evoluir e abraçar o que esses dois grupos desejam."

Competir contra Airbnb

“A realidade de um Airbnb raramente está refletida nas fotografias [das ofertas publicadas]”, diz Jafari, da Locke. “Não tem academia. As persianas são horríveis. Você chega às 10 da manhã e só pode fazer o check-in às três da tarde, mas não tem onde deixar a bagagem."

Para Korman, da AKA, consistência, privacidade e segurança são o segredo para ser melhor do que o Airbnb. Seus hotéis estão localizados em cidades como Nova York, Los Angeles e Washington e atendem à classe criativa, seja a negócios ou não. "A indústria do cinema e do entretenimento foi atraída por nós desde o início dos anos 2000, porque eles queriam espaços onde as pessoas pudessem assistir a sessões diurnas, com privacidade e anonimato", explica ele sobre os primeiros usuários da empresa. "Eu digo que o segredo está nos detalhes e é aí que fica o calcanhar de Aquiles do Airbnb", brinca ele.

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