Infertilidade atualmente acomete 15% da população mundial (Nik Taylor/Education Images/Universal Images Group/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 14 de setembro de 2020 às 13h28.
Última atualização em 14 de setembro de 2020 às 15h16.
Tirando as inúmeras preocupações que vieram com a pandemia, a quarentena se mostra um contexto para lá de favorável para os casais decididos a aumentar a família. Se antes a rotina atribulada prejudicava o que se faz desde que o mundo é mundo, o período de isolamento social acabou com qualquer desculpa. E ainda mais à essa altura do campeonato, quando até os catálogos de plataformas de streaming como a Netflix já não provocam o mesmo arrebatamento de outrora. Não é à toa, portanto, que cada vez mais casais tenham se descobertos grávidos recentemente – há até quem aposte que a quarentena poderá dar origem a um “baby boom”.
O inevitável estresse a que todos estamos submetidos neste momento, no entanto, assim como os novos hábitos impostos pela Covid-19, pode desencadear a doença da infertilidade, que atualmente acomete 15% da população mundial. Pelas contas de entidades ligadas ao tema, 1 em cada 6 casais são inférteis, realidade que se repete ao redor do mundo. Para os pares decididos a aproveitar este momento para aumentar a prole – ou dar início a uma – o médico Matheus Roque, especialista em medicina reprodutiva, dá quatro dicas oportunas.
Há 10 anos atuando nos avanços dessa área, ele é graduado em medicina pela Faculdade de Medicina de Marília; tem doutorado em saúde da mulher pela UFMG; mestrado em reprodução humana pela Universidade Autônoma de Barcelona, na Espanha; e Fellowship em reprodução humana pela UNIFESP/EPM. É vencedor do maior prêmio de reprodução humana do mundo, o Grant for Fertility Innovation (GFI).
1. Mude seu estilo de vida
Não é surpresa para ninguém: quem não investe em uma dieta focada em alimentos saudáveis e nutritivos e não aposta na prática contínua de exercícios físicos tem mais dificuldades para se reproduzir. Adotar a receita ajuda a estimular o sistema reprodutor. Cigarro e bebidas alcoólicas em excesso, naturalmente, são sabotadores óbvios que precisam ser evitados. “O melhor tratamento para fertilidade é o que vai direto na causa do problema”, diz Roque. “Há casos de homens e mulheres inférteis tentando ser pais há mais de um ano e a solução pode estar na correção de hábitos do dia a dia, sem que seja necessário entrar com remédios para tratar”.
2. Não descuide da sua saúde mental
“O estresse é um dos aliados da infertilidade e, infelizmente, está muito presente no período pandêmico em que estamos vivendo”, aponta o especialista. “Ele atua diretamente em nosso organismo e pode prejudicar a produção hormonal. Quando as situações emocionais extrapolam e fogem do nosso controle, entrar com sessões de terapia são fundamentais para retomar o equilíbrio e aprender a lidar com os problemas. Inclusive, os tratamentos para fertilidade devem incluir esse serviço especializado”.
3. Invista em suplementos vitamínicos
“Existem vitaminas e nutrientes específicos para estimular o sistema reprodutor”, informa o médico. “É fundamental buscar um médico especializado em reprodução assistida para esse diagnóstico, pois existem vários tratamentos para fertilidade. As vitaminas são uma das alternativas e elas podem melhorar a sua saúde suplementando o corpo com o que realmente lhe falta”.
4. Faça check-ups periódicos
“Acompanhamento adequado com especialistas é essencial”, afirma Roque. Falamos do famoso check-up. “Consulte periodicamente seu médico ginecologista ou urologista. Os primeiros médicos a identificar o estado fértil do homem e da mulher são eles. Caso a infertilidade seja descoberta, será logo em seu início, o que aumenta a chance de um tratamento ainda mais eficaz para atingir a fertilidade”.