Nélson Prudêncio na Olimpíada da Cidade do México de 1968: o medalhista morreu vítima de câncer nesta sexta-feira (23) (Amilton Vieira/VEJA)
Da Redação
Publicado em 23 de novembro de 2012 às 09h43.
São Carlos - O medalhista olímpico Nelson Prudêncio morreu no início da madrugada desta sexta-feira aos 68 anos, em São Carlos, no interior de São Paulo, onde estava internado com quadro irreversível por conta de um câncer no pulmão.
Prata nos Jogos da Cidade do México, em 1968, e bronze em Munique, em 1972, o ex-atleta do salto triplo vinha ocupando o cargo de vice-presidente da Confederação Brasileira de Atletismo e era professor na UFSCar (Universidade Federal de São Carlos).
O câncer foi descoberto tardiamente e já estava em estado irreversível. Nos últimos dias, Prudêncio estava em coma profundo na Unidade de Terapia Intensiva da Casa de Saúde, em São Carlos. Familiares chegaram a pensar em levá-lo para um hospital em São Paulo, mas a gravidade de seu estado impediu a transferência.
De acordo com comunicado divulgado no site do hospital, o velório seria realizado na manhã desta sexta-feira no Cemitério Municipal Nossa Senhora do Carmo, em São Carlos, com o sepultamento marcado para as 16h30.
Nelson Prudêncio é considerado um dos principais nomes do salto triplo brasileiro, seguindo a tradição de atletas como Adhemar Ferreira da Silva e João do Pulo. Foi em 1968, nos Jogos Olímpicos da Cidade do México, que Prudêncio protagonizou uma das disputas mais emocionantes já vistas no atletismo mundial.
Para conquistar a medalha de prata, ele encarou o soviético Viktor Saneyev e o italiano Giuseppe Gentile em uma disputa emocionante, definida por diferença de centímetros. No final, Saneyev ficou com o ouro e Gentile obteve o bronze. A prova foi tão acirrada que o recorde mundial chegou a ser batido nove vezes em um período de apenas quatro horas.
Nascido em Lins, no interior paulista, no ano de 1944, Prudêncio afirmava querer ver novamente o Brasil no pódio do salto triplo em jogos olímpicos, o que não ocorre há mais de 30 anos. Ele chegou a desenvolver um estudo acadêmico na Universidade de São Carlos no qual aponta a importância da ciência para ajudar os atletas que disputam essa modalidade no país.