McLaren lançou modelo híbrido e esportivo, entrando na briga com outras marcas que seguem o mesmo caminho.
Redator na Exame
Publicado em 7 de outubro de 2024 às 12h19.
Última atualização em 7 de outubro de 2024 às 12h31.
Em comemoração ao 50º aniversário de sua primeira vitória no campeonato de construtores da Fórmula 1, a McLaren revelou seu mais novo supercarro, o W1, no dia 6 de outubro. Este modelo foi projetado como uma homenagem aos marcos da marca nas pistas, incluindo o título conquistado por Emerson Fittipaldi em 1974, quando também levou o título de pilotos. Com um preço inicial de US$ 2,1 milhões, ou aproximadamente R$ 11,4 milhões, o W1 vem para substituir ícones como o McLaren F1 e o McLaren P1, mantendo a tradição da fabricante de criar veículos que são referência em potência e inovação tecnológica.
De acordo com a Bloomberg, o McLaren W1 é o supercarro mais potente já produzido pela marca britânica, unindo um motor V8 biturbo de 4,0 litros a um motor elétrico, totalizando impressionantes 1.258 cavalos de potência. Este novo híbrido se destaca pelo desempenho: o modelo acelera de 0 a 100 km/h em apenas 2,7 segundos e pode atingir uma velocidade máxima de 349 km/h, marcas que o tornam o McLaren de rua mais rápido já produzido. O lançamento faz parte de uma nova leva de veículos híbridos que combinam motores a combustão com componentes elétricos para otimizar a performance, seguindo uma tendência observada em modelos como o Bentley Continental GT e o Lamborghini Revuelto.
A tecnologia híbrida não é nova para a McLaren. A marca começou a explorar este campo há mais de uma década, com o lançamento do P1 em 2013. Desde então, modelos como o Speedtail em 2018 e o Artura em 2021 consolidaram a presença da fabricante no segmento de carros híbridos. O Artura, por exemplo, introduziu uma opção mais acessível e focada em condução urbana, com uma autonomia de até 19 milhas (aproximadamente 30 quilômetros) no modo totalmente elétrico. No entanto, o W1 é mais voltado para a alta performance e apresenta uma autonomia elétrica limitada a cerca de três quilômetros, demonstrando que o foco principal continua sendo a potência combinada dos motores.
A eletrificação completa ainda não é uma realidade próxima para a McLaren. Executivos da empresa destacam que a tecnologia necessária para um supercarro totalmente elétrico não estará madura até o final da década. O principal desafio é o peso das baterias, que afetaria o desempenho e a dirigibilidade de um carro projetado para altas velocidades e acelerações intensas. No caso do W1, o peso é cuidadosamente controlado para alcançar uma relação peso-potência ideal, garantindo a resposta rápida e a conexão visceral entre o motorista e o carro — características fundamentais para a McLaren.
Com produção limitada a apenas 399 unidades, todas já vendidas para clientes específicos, o W1 será entregue em 2026. A exclusividade é parte da estratégia da marca para criar um senso de prestígio e escassez, algo comum em lançamentos de supercarros. Além disso, a marca utiliza a edição limitada para explorar novos conceitos de engenharia e design, que podem ou não se refletir em modelos futuros.
O lançamento do W1 ocorre em um momento em que o mercado automotivo vê uma busca crescente por veículos elétricos e híbridos, mas ainda há incerteza sobre a demanda por modelos totalmente elétricos de alta performance. Enquanto marcas como Ferrari e Porsche já exploram essa transição, a McLaren opta por um caminho mais cauteloso, mantendo a base a combustão em seus híbridos, como uma forma de oferecer ao consumidor o melhor dos dois mundos. A aposta é que essa abordagem mista continue a atrair consumidores que buscam performance extrema, mas que também desejam uma opção mais adaptada à realidade ambiental e ao avanço das regulamentações sobre emissões.
Além do desempenho impressionante, o W1 também apresenta uma série de inovações tecnológicas que facilitam a condução em modos mais urbanos. Por exemplo, ele possui um carregador integrado que repõe a energia do motor elétrico em 22 minutos, permitindo uma recarga rápida e prática quando necessário. Em comparação ao modelo Artura, que foi pensado para o uso diário e possui uma autonomia elétrica maior, o W1 se destaca por sua orientação voltada para o uso em pista, refletindo as raízes da McLaren na Fórmula 1.