Camiseta da Aramis: doação vai atender médicos e enfermeiros em São Paulo (Aramis/Divulgação)
Ivan Padilla
Publicado em 30 de março de 2020 às 16h13.
Última atualização em 30 de março de 2020 às 17h20.
“Quando começou a propagação do coronavírus, nos perguntamos como poderíamos contribuir em um momento tão fora de precedentes. Aí entendemos que o que fazemos de melhor são nossas roupas”, diz Richard Stad, CEO da marca de moda masculina Aramis. Foi então que ele e sua equipe de marketing formataram o projeto #VestindoHerois, pensando em auxiliar os profissionais de saúde, principais protagonistas dessa história.
A Aramis vai iniciar a ação doando seu estoque de mais de 5.000 peças de roupas brancas, entre camisetas e camisas polo, aos médicos e equipes hospitalares que estão combatendo a Covid-19 em hospitais de São Paulo, cidade mais atingida pelo coronavírus até o momento. A ideia é engajar a indústria da moda nas ações de doação.
“Antes de colocar a campanha na rua fizemos consultas a médicos para ver se fazia sentido”, conta Richard. “Entendemos a loucura do dia a dia em um hospital, a velocidade com que os profissionais da saúde precisam se vestir, trocar de roupa constantemente. Claro que 5.000 peças é um estoque pequeno, era o que tínhamos de polos e camisetas no momento, mas esperamos que outras marcas entrem no movimento.”
As primeiras doações devem ir para um hospital no SUS destinado aos pacientes da covid-19 e para um dos hospitais de campanha que estão sendo montados, ainda nesta semana. A ideia é entregar 4.000 peças nesses dois locais, e o restante em hospitais que solicitarem após a ação inicial. Com 90 lojas espalhadas pelo Brasil, a Aramis é uma das maiores marcas de moda masculina do país.
A indústria da moda tem se engajado em ações de combate e proteção ao coronavírus. A família Zegna vai destinar 3 milhões de euros à Proteção Civil na Itália, além de destinar parte das linhas de produção da sofisticada grife na Itália a na Suíça para fabricar jalecos médicos e máscaras cirúrgicas. Na Alemanha, em sua sede na cidade de Metzingen, a Hugo Boss também produzirá máscaras de proteção. A meta é chegar a 180.000 unidades. Serão feitas de uma combinação de algodões que podem ser lavadas e reutilizadas pelo menos 50 vezes, para uso em asilos, Corpo de Bombeiros e policiais.