(nicoletaionescu/Thinkstock)
Daniela Barbosa
Publicado em 13 de julho de 2018 às 11h14.
Última atualização em 13 de julho de 2018 às 11h42.
São Paulo - Mesmo sendo um país de clima tropical, a maior parte da população adulta no Brasil sofre com insuficiência de vitamina D. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o motivo pode parecer banal, mas tem relação com a pouca ou nenhuma exposição das pessoas ao sol.
A vitamina D é uma vitamina lipossolúvel e essencial para a manutenção de minerais como cálcio e fósforo no organismo. Segundo Aline Richter, nutricionista e vice-presidente da Associação Paulista de Nutrição (APAN), ela desempenha um importante papel hormonal e uma das suas principais funções é atuar no metabolismo do cálcio e na manutenção da mineralização óssea.
"A vitamina D tem influência também na função muscular, reprodução, sistema imunológico e pode até ajudar na secreção de insulina pelo pâncreas", afirmou Aline em entrevista à EXAME.com.
De acordo com a nutricionista, os raios ultravioletas do tipo B (UVB) são a melhor e mais fácil fonte de vitamina D, pois ajudam na síntese da vitamina pelo nosso organismo, sendo ele o maior responsável por sua produção, mais do que a ingestão de alimentos ricos nesse tipo de vitamina.
Para a chefe do serviço de endocrinologia do Hospital de Clínicas do Paraná e vice-presidente da Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo (ABRASSO), Victoria Borbam, 20 minutos, entre 10h e 17h, três vezes na semana, são suficientes para aumentar e potencializar a vitamina D no organismo. Vale lembrar que quanto maior a área exposta do corpo, maior a produção de vitamina.
A insuficiência de vitamina D no organismo pode desencadear uma série de problemas. Entre os mais comuns, Aline cita quedas frequentes, fraturas, infecções, inflamações e algumas alergias.
"Em casos mais extremos, a falta de vitamina D pode influenciar no aparecimento até de diabetes. A ausência dessa vitamina também pode ter impacto na função cognitiva e ocasionar o aumento da pressão arterial, infarto e insuficiência cardíaca", explica a nutricionista.
Segundo Victoria, os valores ideais da vitamina D no organismo são diferentes para bebês, crianças, adultos, grávidas e idosos. A deficiência de vitamina D em gestantes, por exemplo, pode resultar no parto prematuro, por isso é importante o uso de suplementos durante a gravidez.
Já os bebês precisam fazer uso de suplemento de vitamina D, pois sua deficiência prejudica o crescimento e pode causar raquitismo - amolecimento e enfraquecimento dos ossos.
Pessoas que não têm o hábito de tomar sol também também podem fazer o uso de suplementos de vitamina D, mas sempre com a orientação de um profissional da área da saúde, pois em excesso, a vitamina D pode causar uma série de problemas, como insuficiência renal ou cardíaca.
Embora o sol seja a principal fonte de vitamina D, alguns alimentos também possuem grande quantidade desse tipo de vitamina e devem fazer parte do cardápio principalmente daqueles que não têm o hábito de tomar muito sol.
Ovos, principalmente a gema, algumas espécies de peixes, como atum, salmão e sardinha, leite de vaca e seus derivados fortificados, cogumelos, preferencialmente o do tipo Portobello, são os alimentos mais ricos em vitamina D. Segundo Aline, carne bovina, de porco e frango também possuem, mas em quantidades menores.