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Lula diz sofrer com seleção brasileira e elogia Costa Rica

Ex-presidente disse que disputa de pênaltis entre Brasil e Chile foi o momento mais nervoso que já viveu em uma Copa


	Lula, sobre Costa Rica: "Seria como ver um Davi derrotando todos os Golias do futebol"
 (Adriano Machado/Bloomberg)

Lula, sobre Costa Rica: "Seria como ver um Davi derrotando todos os Golias do futebol" (Adriano Machado/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 3 de julho de 2014 às 18h47.

São Paulo - Mesmo admitindo gostar de ver as potências estrangeiras na Copa do Mundo, especialmente os rivais argentinos, o ex-presidente Luíz Inácio Lula da Silva revelou nesta quinta-feira que, além do Brasil, gostaria de ver a Costa Rica levantar a taça.

"Seria como ver um Davi derrotando todos os Golias do futebol", comentou Lula, acrescentando que a disputa de pênaltis entre Brasil e Chile por uma vaga nas quartas de final foi o momento mais nervoso que já viveu em uma Copa.

"Acompanho os Mundiais desde 1958, vi os pênaltis na final que ganhamos contra a Itália nos Estados Unidos em 1994, mas nunca estive tão nervoso como contra o Chile. Pensei que teria um infarto, não imaginava cair nas oitavas. Em dois pênaltis saí de frente da TV", disse Lula.

Ainda assim, o ex-presidente parabenizou os chilenos por sua bravura e por ter "jogador melhor que o Brasil", para logo depois se desfazer em elogios para Ángel Di María, o autor do dramático gol que classificou a Argentina nas oitavas de final contra a Suíça.

"Assim como o Brasil, a Argentina não jogou tudo o que pode jogar. Acompanho o Di María no Real Madrid e ele esteve melhor que Messi em alguns jogos. Temos que ter meia preocupação com Lionel Messi e uma preocupação inteira com Di María", opinou.

Lula também comemorou a "invasão argentina" às cidades brasileiras e comentou com ironia que a convivência entre argentinos e brasileiros durante a Copa "é uma demonstração da evolução da espécie humana".

"A Argentina pode chegar à final e seria maravilhoso se enfrentasse o Brasil. Seria extraordinário. Eu iria vê-la em Buenos Aires e diria a Cristina Kirchner para vir aqui", brincou.

Ainda falando sobre nossos maiores rivais no futebol, Lula teve tempo para classificar Diego Armando Maradona como "um mito", mas não sem deixar uma leve provocação.

"De qualquer forma, os argentinos deveriam deixar de gritar o tempo todo por Maradona. Ele está aposentado há muito tempo", alfinetou.

Em diálogo com oito correspondentes estrangeiros na sede do Instituto Lula em São Paulo, o ex-presidente também comentou a pressão sobre jogadores do Brasil jogando como anfitriões e também por já ter de enfrentar os pênaltis para decidir uma vaga.

"Queremos ganhar a Copa, é verdade, mas também devemos ver o mérito dos outros, valorizar o esporte. Chutar pênaltis é uma coisa difícil, porque o goleiro se torna gigante", afirmou Lula, que para o jogo de amanhã contra a Colômbia acredita que deve pesar a tradição e a camisa dos pentacampeões.

Em termos esportivos, Lula declarou torcer por todas as seleções latino-americanas e lamentou que nenhuma africana possa chegar às finais. Elogiou James Rodriguez da Colômbia, a Alemanha e especialmente a França, por ter se destacado sem o lesionado Franck Ribery.

Porém, a grande alegria para Lula tem sido ver os jogos da Costa Rica, que chegou aparentemente como a seleção mais frágil por nunca ter chegado às oitavas de final e por ter caído no "Grupo da Morte" com Uruguai, Itália e Inglaterra.

"Estou muito alegre com a Costa Rica, seria uma maravilha vê-los campeões do mundo. Isto é o que permite o futebol, que de repente, um pequenino, um Davi da América Latina possa derrotar todos os Golias do futebol", comentou Lula.

Perante os jornalistas estrangeiros, o ex-presidente não hesitou em defender a Copa como uma "confraternização universal" e criticou a agenda negativa instalada por alguns meios de comunicação no país e que repercutiram na imprensa internacional. EFE

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