Luiz Melodia: desde julho do ano passado, o artista tratava de uma doença autoimune (Luiz Melodia/Instagram/Divulgação)
Estadão Conteúdo
Publicado em 4 de agosto de 2017 às 16h28.
Última atualização em 4 de agosto de 2017 às 16h30.
O corpo do cantor Luiz Melodia será velado na quadra da escola de samba Estácio de Sá, na Cidade Nova, próximo ao morro onde ele nasceu, a partir das 18h desta sexta-feira, 4.
O enterro será realizado no Cemitério do Catumbi, neste sábado, 5, às 10h. Segundo a assessoria de imprensa da Estácio, a terceira etapa da escolha do samba do carnaval 2018, que aconteceria nesta sexta-feira, foi cancelada para os preparativos do velório.
O cantor e compositor Luiz Melodia morreu nesta sexta-feira, 4, no Rio de Janeiro, aos 66 anos. Ele estava internado no hospital Quinta d'Or.
Segundo informações, ele tinha um câncer que atacou a medula óssea. Desde julho do ano passado, o artista tratava de uma doença autoimune. O músico carioca chegou a passar por um transplante de medula óssea. Também em 2016, o cantor sofreu um princípio de Acidente Vascular Cerebral (AVC) e foi hospitalizado.
Nascido em 7 de janeiro de 1951 no Morro de São Carlos, no Estácio, o berço do samba, Melodia foi além das rodas boêmias da vizinhança na infância e na adolescência, explorando primeiro os boleros e a música nordestina de Luiz Gonzaga, depois com um incipiente rock n' roll que começava a ganhar destaque no fim da década de 1950.
Frequentador de programas de calouro, músico que tocava em festas de aniversário e mais tarde compositor romântico, foi somando influências até ser atingido pela Tropicália.
Conheceu Waly Salomão, que fez a ponte para o ambiente moderno de Gil, Caetano e Gal, no início dos 70. Em janeiro de 1972, participou do show A Fina Flor do Samba, e no fim daquele ano Maria Bethânia gravou Estácio Holly Estácio, consagrando o jovem compositor que aos poucos amadurecia.
Em 1973, lança seu primeiro disco, Pérola Negra, misturando num caldeirão de estilos o som da MPB, num álbum que hoje tem status de clássico. A este seguiram Maravilhas Contemporâneas (1976) e Mico de Circo (1978).
Mais de uma dezena de discos se seguiram até o último, Zerima, de 2014, que lhe rendeu o Prêmio Música Popular Brasileira na categoria melhor cantor de MPB. Ele deixa a esposa, também cantora e compositora, Jane Reis, e dois filhos, Mahal e Hiran.