Crianças: como lidar com televisão em tempos de quarentena? (Click&Boo/Getty Images)
Guilherme Dearo
Publicado em 3 de abril de 2020 às 10h08.
Para os filhos de David Krieger, que moram no sul da Flórida, as telas eram um presente de fim de semana. Agora, todos os dias são apropriados para o iPad.
A família tenta limitar o tempo de diversão nas telas para as duas crianças a uma hora entre as tarefas escolares, que também usam aparelhos eletrônicos: uma aula de leitura pelo Zoom e uma sessão de desenho on-line. Mas o limite nunca funciona. Com dois pais que trabalham, “é uma necessidade”, diz Krieger.
As ordens de quarentena para conter a propagação do coronavírus globalmente mantêm 1,5 bilhão de crianças em idade escolar em casa. Com isso, o limite de tempo nas telas agora é coisa do passado. Em todo o mundo, como os filhos de Krieger; Mila, de 9 anos, em Paris, que adora assistir às aulas no Zoom; e Ruby, de 5 anos, em Londres, que agora é um gênio no Minecraft, as crianças passam mais tempo nas telas do que nunca.
“Não é o ideal; tentamos limitar, mas, sem professores, é impossível preencher os dias”, disse Rachel Wilson, mãe de Ruby e repórter de economia que mora nos arredores de Greenwich Park, no sudeste de Londres.
“Os pais perderam temporariamente a batalha do tempo de tela, mas podem manter o controle”, disse Serge Tisseron, psiquiatra de Paris que estuda o impacto do tempo de exposição das crianças. “Eles podem escolher: há qualidade e lixo disponíveis. Essa crise talvez traga uma coisa boa: um forte aumento do conteúdo e na seleção.”
Com a colaboração de Samuel Dodge