O elenco francês tem uma idade média de 26 anos e vários jogadores de alto nível (Catherine Ivill/Getty Images)
Reuters
Publicado em 16 de julho de 2018 às 11h35.
Moscou - Quando o jovem Kylian Mbappé marcou o quarto gol da França na final da Copa do Mundo contra a Croácia, muitos passaram a acreditar que o atacante francês pode seguir o caminho das seleções brasileiras dominantes lideradas por Pelé.
Aos 19 anos, Mbappé se tornou apenas o segundo jogador de menos de 20 anos a fazer gols em uma decisão de Mundial, depois de Pelé, quando uma seleção francesa repleta de jovens talentos superou uma Croácia resistente com um placar de 4 x 2 e conquistou o maior troféu do futebol pela segunda vez na história, 20 anos após seu primeiro triunfo.
Pelé o fez aos 17 anos de idade em 1958, iniciando um período de predominância que levou o Brasil a conquistar três títulos de Copa do Mundo em um intervalo de 12 anos (1958, 1962 e 1970), que culminou com uma vitória incontestável sobre a Itália na final da Copa de 1970.
Embora se compare cada vez mais Mbappé a Pelé, o parisiense ainda tem muito a fazer antes de chegar sequer perto de rivalizar com as conquistas do brasileiro.
Mas o precoce Mbappé pode ser um dos pilares de uma seleção francesa com potencial para dominar o futebol mundial da maneira que Pelé e seus colegas de equipe fizeram entre o final dos anos 1950 e 1970.
Ao lado de Antoine Griezmann, eleito o melhor da partida na final de domingo em Moscou, no ataque, Paul Pogba na sala de máquinas do meio-campo e os imponentes Samuel Umtiti e Raphael Varane na defesa, a França tem uma fundação firme para se desenvolver.
O elenco que enviou à Rússia tem uma idade média de 26 anos e uma abundância de jogadores de alto nível, mas a maneira como o time administrou o torneio com inteligência e firmeza dá ainda mais motivos para ser otimista em relação ao futuro.
Os franceses foram eficientes, calculistas e inteligentes, e mandaram na maioria das partidas sem dar grandes mostras de virtuosismo.
Em todos os sete jogos que disputou, a seleção teve uma média de 48 por cento de posse de bola.
Taticamente ela soube se adaptar ao longo do torneio e mostrar flexibilidade -- a marca registrada de um elenco bem-sucedido.
Suas chances de manter uma sequência de vitórias também aumentam com o fato de o técnico Didier Deschamps, muito popular com seus jogadores, continuar no cargo por no mínimo mais dois anos.
Ele tem contrato até a Euro 2020, mas, com tanto potencial para aproveitar, certamente ficará tentado a se manter no emprego além disso.