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América Latina reforça sua posição na FIAC de Paris

Países como a Argentina marcam presença com seus artistas dentro e fora da sede central da feira


	Escultura de Julio Le Parc: sob a cúpula de vidro do Grand Palais, o mestre argentino Julio Le Parc expõe um móvel histórico, desenhado nos anos 70 
 (Wikimedia Commons)

Escultura de Julio Le Parc: sob a cúpula de vidro do Grand Palais, o mestre argentino Julio Le Parc expõe um móvel histórico, desenhado nos anos 70  (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 24 de outubro de 2013 às 14h35.

Paris - A influente arte latino-americana consolida seu lugar na Feira Internacional de Arte Contemporânea de Paris (FIAC), que nesta quinta-feira abriu suas portas ao público com a participação de seis galerias brasileiras, quatro mexicanas e uma uruguaia.

Países como a Argentina marcam presença com seus artistas dentro e fora da sede central da feira, onde até o próximo dia 27 de estarão montadas 184 galerias de 25 países, entre elas 55 da França, 33 dos EUA, 22 da Alemanha, 12 do Reino Unido e 11 da Bélgica.

Sob a cúpula de vidro do Grand Palais, o mestre argentino Julio Le Parc expõe um móvel histórico, desenhado nos anos 70 e montado nos anos 80, que a brasileira Nara Roesler situou em diálogo com dois muros móveis da jovem brasileira Lucía Koch.

"Ambos falam de mobilidade, de cor, de transparência, de filtros de luz", e aqui "é fantástico", disse à Agência Efe Nara, que estava ausente "há muito tempo" de Paris, onde vende suas obras entre 30 mil e 400 mil euros (cerca de R$ 91.047 e R$ 1.213.962).

De São Paulo expõem Raquel Arnaud, Luciana Brito, Fortes Vilaça e Mendes Wood DM. Já do México vieram Labor, Jan Mot, House of Gaga - pela primeira vez - e Kurimanzutto.

Com obras de seus 25 artistas, de Eduardo Abaroa e Jennifer Allora & Guillermo Calzadilla, a Gabriel Orozco, Kurimanzutto expõe pelo quarto ano consecutivo, da mesma forma que Luciana Brito, galerista brasileira que, com preços que oscilam entre 5 mil e 200 mil euros (o equivalente a R$ 11.003 e R$ 440.120), trouxe nove de seus 29 artistas.

Entre eles o jovem brasileiro Rafael Carneiro, o argentino Leandro Erlich, a internacional Marina Abramovic e o mexicano Héctor Zamora, que também expõe nos Jardins das Tulherias, um dos espaços externos do salão.

Muito perto das margens do Sena, o público pode ver a argentina Ana Gallardo que exibe "Apropriação de uso".


A instalação, conforme disse ela à Efe, quer compartilhar sua reflexão atual sobre a vida, o futuro, a precariedade e a velhice. Ela explica que sua principal intenção é falar especialmente das mulheres artistas, em um país e um continente "onde a velhice é um tema precário".

No Jardim das Plantas de Paris, o também argentino Pablo Reinoso mostra "Vice versa" na galeria suíço-uruguaia Xippas, enquanto Nuno Ramos e a dupla João Maria Gusmão & Pedro Paiva foram os escolhidos por Fortes Vilaça para sua estreia parisiense na nave central do Grand Palais.

Ali também está brasileira Raquel Arnaud pela "quarta ou quinta vez" em seus 40 anos de trabalho, que coincidem com os 40 anos de existência da FIAC. Ela mostra seus "artistas favoritos", 15 dos 24 que representa entre eles Waltercio Caldas, Sergio Camargo, Carla Chaim, Iole De Freitas, Maria-Carmen Perlingeiro, Arthur Luiz Piza, Jesus Rafael Soto e Wolfram Ullrich.

Visivelmente um acerto, pois vendeu "muito" desde a inauguração, dedicada ontem a colecionadores, profissionais e críticos.

Um dos destaques é o jovem brasileiro Paulo Nazareth, na galeria Mendes Wood DM, que participa de dez feiras anuais, "praticamente todas, pois é preciso estar no mundo com nossos artistas", ressaltou Matthew Wood.

Ele escolheu somente um dos 19 artistas para poder "dar um contexto, que não poderia haver igual." Nazareth vive um momento muito importante na Europa, na Bienal de Lyon e na de Veneza, entre outras grandes manifestações artísticas.

Suas obras são vendidas entre US$ 10 mil e US$ 20 mil (cerca de R$ 22.006 e R$44.012), o que "faz parte do conceito". "Ele é um pouco Gandhi. Dá tudo o que ganha à causa indígena, viaja às vezes durante dois ou três anos, às vezes descalço, trabalha limpando banheiros e vive na casa de amigos", explicou Wood. 

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