Casual

Lecar: marca que prometeu 1º carro elétrico brasileiro muda projeto para híbrido e anuncia fábrica

Apesar de ousado, o projeto levanta uma série de dúvidas. Uma delas é em relação ao investimento anunciado

Lecar 459 híbrido: novo protótipo da montadora brasileira (Divulgação/Divulgação)

Lecar 459 híbrido: novo protótipo da montadora brasileira (Divulgação/Divulgação)

Gilson Garrett Jr.
Gilson Garrett Jr.

Repórter de Lifestyle

Publicado em 22 de agosto de 2024 às 18h27.

Última atualização em 23 de agosto de 2024 às 12h57.

Tudo sobreCarros
Saiba mais

O projeto do empresário capixaba Flávio Figueiredo Assis de ter uma montadora brasileira, a Lecar, ganhou um novo capítulo nesta quinta-feira, 22. Ele anunciou que vai construir uma fábrica no Espírito Santo, no município de Sooretama, a pouco mais de 100 quilômetros de Vitória. Isso se soma a outra mudança nos planos: agora, a produção será de um carro híbrido, e não mais de um 100% elétrico, como havia sido anunciado inicialmente.

De acordo com Assis, a mudança ocorreu devido à diminuição da alta demanda por carros elétricos e pela aposta no modelo híbrido para o Brasil, caminho que diversas montadoras presentes no país vêm seguindo. A previsão é de que a fábrica esteja construída e operando em agosto de 2026.

A construção do prédio ficará sob responsabilidade da Machine Desenvolvimento. Para a linha de montagem, a Lecar poderá contar com a Comau, multinacional italiana especializada em automação industrial e robótica avançada. Às margens da BR-101, a área onde ficará a fábrica conta com 460 mil metros quadrados. A empresa terá isenção e benefícios fiscais do governo estadual referentes à construção e funcionamento por um período de dez anos.

A escolha pelo Espírito Santo se deu após a desistência pela disputa pela planta de Camaçari, que foi comprada pela BYD do governo da Bahia. “Depois de avaliarmos opções em vários estados, chegamos à conclusão de que o Espírito Santo, terra onde a empresa teve sua origem, seria o melhor local para materializarmos este sonho”, diz Assis.

Investimento

Apesar de ousado, o projeto levanta uma série de dúvidas. Uma delas é em relação ao investimento anunciado de R$ 870 milhões, sendo R$ 240 milhões em obras de instalações e R$ 630 milhões em automação para a linha de montagem. De acordo com o empresário, o capital será proveniente de recursos próprios e de investidores privados. A empresa ainda analisa a busca de financiamentos junto à Sudene, BNB, Bandes, Finep e BNDES.

O que chama a atenção é o valor, bem abaixo de outros já anunciados por montadoras para ampliação ou mesmo construção de fábricas no Brasil. Um dos exemplos é a própria BYD, que deve injetar cerca de R$ 3 bilhões. "Nossos números são factíveis com empresas conceituadas no mercado. Queremos abrir a caixa-preta de investimentos em montadoras. Vamos abrir, em breve, a planilha de custos", garante Assis.

O carro

O carro, chamado de Lecar 459 híbrido, é a aposta do empresário para o mercado brasileiro. Em relação ao primeiro protótipo, ainda elétrico, ganhou linhas mais arredondadas, muito similares às dos carros da Tesla. A ficha técnica diz que ele será equipado com dois motores, um elétrico, com 163 cavalos de potência, associado a um motor a combustão, flex, de 122 cavalos de potência. O segundo motor será produzido por uma empresa do grupo Renault, no Paraná.

Ainda segundo a Lecar, a autonomia elétrica será de 100 quilômetros, e a combinada, em torno de 1.000 quilômetros. Nas dimensões, o carro terá 1.522 mm de altura, 4.350 mm de comprimento, 2.700 mm de entre-eixos e uma largura de 1.820 mm. O câmbio será automático.

Acompanhe tudo sobre:CarrosCarros híbridosCarros elétricos

Mais de Casual

8 restaurantes brasileiros estão na lista estendida dos melhores da América Latina; veja ranking

Novos cardápios, cartas de drinques e restaurantes para aproveitar o feriado em São Paulo

A Burberry tem um plano para reverter queda de vendas de 20%. Entenda

Bernard Arnault transfere o filho Alexandre para a divisão de vinhos e destilados do grupo LVMH