Thiago Braz, Renaud Lavillenie e Sam Kendricks: na cerimônia de premiação, Lavillenie voltou a ouvir sonoras vaias quando subiu ao pódio (Edgard Garrido / Reuters)
Da Redação
Publicado em 16 de agosto de 2016 às 21h55.
A cerimônia de premiação do salto com vara, que consagrou o brasileiro Thiago Braz, foi marcada por vaias contra o francês Renaud Lavillenie, medalhista de prata da prova, que havia reclamado da atitude do público na noite de segunda-feira, quando ocorreu a competição.
Recordista mundial indoor e campeão olímpico em Londres-2012, o francês sofreu forte pressão da torcida no final da competição, quando ele e Thiago protagonizaram um duelo antológico, que acabou resultando no triunfo do brasileiro.
Lavillenie foi muito criticado por ter falado em entrevistas a emissoras de TV, logo depois da prova, que se sentia como Jesse Owens, negro americano que competiu diante de Hitler nos Jogos de Berlim-1936.
O francês pediu desculpas depois por essas declarações, mas reiterou que ficou incomodado com a falta de "fair play" da torcida brasileira, que segundo ele, "feriu o espírito olímpico".
Na cerimônia de premiação desta terça-feira, Lavillenie voltou a ouvir sonoras vaias quando subiu ao pódio, e Thiago fez sinal com os braço para pedir para o público parar. Ele foi parcialmente atendido, mas fez questão de aplaudir o rival.
Lavillenie, por sua vez, sorria amarelo e seu aplauso foi bastante contido no momento em que o brasileiro subiu ao pódio.
"Já faz um ano e meio que ele não fala direito comigo. Eu sempre tentei criar esse ambiente com ele, ser amigo, estar junto, mas depois que eu troquei de treinador, houve alguma coisa que não caiu bem e não sei explicar o motivo", revelou Thiago depois da conquista.
Quando tocou o hino brasileiro, o campeão olímpico prestou continência, por fazer parte do programa de esporte de alto rendimento das Forças Armadas.
O atleta parecia bastante emocionado, ouvindo o público cantar a letra, num estádio Olímpico com menos da metade dos assentos preenchidos.